Carência de verdade – Se o absurdo fosse uma tocha, o primeiro a empunhá-la seria Antonio Patriota, ministro brasileiro das Relações Exteriores. Nesta terça-feira (16), Patriota o chefe do Itamaraty disse que o governo brasileiro tomará providências necessárias para garantir a segurança dos grandes eventos que ocorrerão no País. A declaração foi feita menos de um dia após o atentado ocorrido durante a Maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de cem pessoas feridas, algumas em estado crítico.
Questionado sobre a capacitação do país em termos de segurança para sediar eventos da magnitude da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, o chanceler disse que providências estão sendo tomadas. “O Brasil está tomando providências necessárias e temos confiança de que serão providências que garantirão a segurança dos eventos. Também acho muito importante acompanhar agora a apuração para sabemos exatamente qual foi a natureza e a motivação por atrás desse ato hediondo”, disse Patriota.
Antonio Patriota pode falar o que bem entender, pois afinal o Brasil ainda é uma democracia, mas é no mínimo estranha uma declaração dessa natureza em um país cujas autoridades não conseguem evitar assaltos em lojas de shopping e arrastões em praias e restaurantes.
Afirmar que o Brasil estará preparado para garantir a segurança durante esses eventos é outra temeridade, pois a chamada Tríplice Fronteira é uma peneira esgarçada, por onde passa tudo e todos, apesar do policiamento.
É importante destacar que terroristas trabalham com antecedência e planejamento, o que dificulta ainda mais o trabalho de repressão a atos criminosos. Se algum grupo almeja promover atentados durante a Copa do Mundo de 2014, por certo seus operadores já estão no Brasil há algum tempo. Não será em cima da hora e pelos principais aeroportos que esses criminosos chegarão ao País.
Enquanto o governo brasileiro analisa as providências que serão tomadas, assassinatos ocorrem no entorno das arenas esportivas que sediarão jogos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações.