Advogado menciona Constituição paulista como impedimento para Guilherme Afif acumular cargos

Sinuca de bico – A polêmica envolvendo Guilherme Afif Domingos, vice-governador de São Paulo que foi nomeado por Dilma Rousseff para comandar a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, pasta com status de ministério, ainda deve render muitos capítulos, mas de início pode ser chamado com epopeia da traição explícita.

Afif, que deixou o Democratas e se juntou a Gilberto Kassab no PSD, quer acumular os cargos, no melhor estilo um pé em cada canoa. Trata-se de uma estratégia sórdida do PT palaciano, que age para contemplar o plano da legenda de tomar de assalto o governo paulista.

Como noticiou o ucho.info. o que Dilma fez ao convidar Guilherme Afif para integrar seu ministério foi colocar um Cavalo de Troia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do mais importante estado da federação.

O governador Geraldo Alckmin, alvo da traição, abusou da inocência de encomenda e disse que o convite a Afif é normal e mostra que São Paulo está disposto a ajudar o Brasil. Alckmin embarca um palavrório de sacristia, enquanto Dilma apela a armações demoníacas. Desde que um eventual convite a Guilherme Afif começou a ser noticiado, um clima de constrangimento e discórdia surgiu entre Alckmin e seu vice.

A assessoria do vice-governador informou na segunda-feira que o desejo do novo ministro é acumular cargos, mas essa tese começa a perder força política e legal. Enquanto o ministro da Justiça, o petista José Eduardo Martins Cardozo, faz uma leitura de conveniência da situação, o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) anunciou que pedirá a cassação do mandato de Guilherme Afif. Giannazi classificou o fato como “anomalia jurídica, ética e moral”.

O advogado José Eduardo Dias Yunis, especialista em Direito do Trabalho, lembra que o artigo 44 da Constituição do Estado de São Paulo estabelece que “o Governador e o Vice-Governador não poderão, sem licença da Assembléia Legislativa, ausentar-se do Estado por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo”. Para Yunis, fica claro que Afif não poderá levar adiante essa aberração política, que interessa somente ao PT e ao PSD, será obrigado a optar por um dos cargos.

Leitores do site, próximos ao vice-govenador paulista, afirmaram ao editor, nesta quarta-feira (8), que Guilherme Afif acabou politicamente, pois perdeu um eleitorado cativo e não conquistou outro.

Afif, que adora esparramar seu corpanzil na calçada de uma conhecida rua dos Jardins, região nobre da capital paulista, para fumar caros e puros charutos cubanos, terá em Brasília novos companheiros de fumaça, não tão qualificados quanto os que cultiva na Pauliceia Desvairada. Mas a política exige do cidadão parcas doses de incoerência, o que Guilherme Afif parece ter de sobra.