Manda quem pode… – “Derradeira excepcionalidade”. Assim o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), respondeu ao protesto da senadora Ana Amélia (PP-RS), que reclamou da maneira como a Medida Provisória 595 (MP dos Portos) chegou à Casa. Depois de longa e conturbada votação na Câmara dos Deputados, onde todas as vontades do Palácio do Planalto foram feitas de forma vergonhosa, o Senado tem até a meia-noite desta quinta-feira para votar a MP, uma vez que a validade legal da matéria está sob o cronômetro.
Para atender às ordens do governo do PT, que transformou o Congresso em um reles fundo de quintal, o Senado foi obrigado a atropelar o próprio regimento, pois a votação de qualquer Medida Provisória exige, com antecedência de pelo menos um dia, a leitura da matéria e a sua publicação no Diário Oficial, para depois seguir à votação no plenário.
Fosse para seguir o que determina uma regra acordada entre líderes partidários no Senado, a MP dos Portos só seria votada na próxima quarta-feira (22), depois de cumprido um interregno de duas sessões após a chegada da matéria na Casa.
É importante lembrar que, apesar do discurso de Renan Calheiros, nada do que acontecerá na tarde desta quinta-feira sairá de graça para o governo do PT. Como sempre afirmamos, política é um negócio milionário e que almeja qualquer coisa nessa seara precisa saber que colocar a mão no bolso é ordem primeira.
Dilma Rousseff, a gerentona inoperante, sabe do fiasco que é essa Medida Provisória, mas a insistência em aprová-la mesmo assim tem uma explicação. O Brasil enfrenta um apagão logístico sem precedentes, visível a olhos nus, e a falta da adoção de medida para solucionar o caos interferiria no projeto de reeleição de Dilma, que a partir de sexta-feira (17) espera poder lavar as mãos em relação ao tema.
Na verdade, essa Medida Provisória em nada contribui para a solução imediata do caos que se instalou na infraestrutura do País, uma vez que o setor está caótico em sua totalidade. Fora isso, o Palácio do Planalto já anunciou que novamente zombará do Congresso, pois a presidente deve vetar todos os pontos da MP que não interessam ao governo. Em outras palavras, o esforço serviu apenas e tão somente para o PT avançar em seu projeto totalitarista de poder.