Marionetes de Havana – Criado para integrar comercialmente os países do chamado Cone Sul, o Mercosul está fugindo perigosamente do objetivo definido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Na recente Cúpula de Montevidéu, o encontro dos presidentes dos países-membros serviu para tratar de assuntos meramente políticos, como o sistema de espionagem dos Estados Unidos e a decisão de alguns países europeus de fechar o espaço aéreo para o avião presidencial do boliviano Evo Morales, que voltava de viagem a Moscou.
Sem a presença do Paraguai, suspenso temporariamente devido ao impeachment sofrido por Fernando Lugo, a reunião do Mercosul serviu de palco para a discussão de assuntos de interesse da esquerda latino-americana. Assim como boa parte do planeta, a América do Sul enfrenta grave crise econômica, necessitando de soluções urgentes para resgatar a economia da região, mas Dilma Vana Rousseff, Cristina Fernández de Kirchner, José “Pepe” Mujica e Nicolás Maduro decidiram sair em defesa do cocalero Evo Morales, assunto que deveria ficar restrito ao governo de La Paz.
Como sempre acontece em reuniões de esquerdistas, sobraram críticas aos Estados Unidos, principalmente depois que Edward Snowden, ex-funcionário da National Secutiry Agency (NSA), revelou o esquema de espionagem global norte-americano.
O exagerado viés político da Cúpula de Montevidéu deixou claro que o Mercosul transformou-se na antessala de luxo do malfadado Foro de São Paulo, cuja próxima reunião acontecerá na capital paulista a partir de 28 de julho.
Grupo que desde 1990 reúne a esquerda latino-americana, o Foro de São Paulo foi criado por Fidel Castro e Luiz Inácio da Silva e ganhou adeptos com o passar dos anos. Entre o facinoroso ditador cubano e o agora lobista de empreiteiras há as Farc, grupo narco-guerrilheiro colombiano que com a redução do número de sequestros, prioritariamente de políticos, passou a sobreviver do tráfico de drogas e do contrabando de armas, operações que comprometem sobremaneira a segurança pública no Brasil.