Camisa de força – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, o paranaense Rubens Bueno ironizou nesta quarta-feira (17) a afirmação da presidente Dilma Rousseff de que seu governo está nos trilhos e a economia do país vai bem. “A presidente da República diz que nós temos uma situação no Brasil em que tudo caminha às mil maravilhas. Esse é o mundo da Dilma, não é o mundo da realidade que aí está”, criticou o parlamentar.
Rubens Bueno lembrou que a questão do crescimento econômico vem caminhando de mal a pior. “Todos os indicativos do governo sugerem um número para o crescimento do PIB durante o ano. Faz-se o balanço dos 12 meses e esse número não chega sequer à metade”, ressaltou.
O deputado apontou ainda que é evidente que crescendo menos economicamente, e a inflação aumentando, temos hoje um momento explosivo para a economia do país. “A inflação aumentando prejudica os mais pobres, que são os primeiros atingidos. O baixo crescimento do PIB também amplia a distância entre ricos e pobres. De outro lado, temos o povo na rua. Quase dois milhões de pessoas na rua cobrando do governo o fim da corrupção, o fim da impunidade, melhorias na saúde, educação e no transporte urbano. Tudo porque se criou um marketing de governo, durante sete anos, de que o Brasil seria o país-sede da Copa. Vendeu-se uma grande ilusão, gastou-se milhões, até com obras superfaturadas, quando, na verdade, o que a população exige é serviço público padrão FIFA”, argumentou o líder do PPS.
Governo fora da casinha
Ao indicar que os pessimistas estão induzindo o país à situação de apreensão, Dilma precisaria, na avaliação de Rubens Bueno, olhar ao seu redor. “A Esplanada tem 19 prédios para abrigar ministérios e Dilma criou 39. Isso mostra que o governo está fora da casinha. Em vez de trabalhar, cria puxadinhos para abrigar ministérios e atender aliados”, condenou Rubens Bueno.
Conversa de marqueteiro
A crise política compete com a econômica, mas Dilma Rousseff, que consulta seu marqueteiro quando enfrenta furacões, foi aconselhada a acionar a usina oficial de mentiras para novamente ludibriar a opinião pública, caso queira manter o seu projeto de reeleição.
Não bastassem os dez anos que o Partido dos Trabalhadores dedicou à mitomania, especialmente na era do messiânico lobista Lula, a presidente decide empurrar goela abaixo o reverso da realidade. O cotidiano, enfrentado por dezenas de milhões de brasileiros, revela sua perversidade principalmente nas prateleiras do supermercado, onde os preços dos alimentos só não sobem quando a qualidade dos produtos despenca.
Para complicar o cenário desanimador, a sensação de que a inflação está avançando cada vez mais – na realidade isso acontece – tem levado ao aumento quase que generalizado de preços.
Nesta quarta-feira (17), após a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão”, Dilma disse que até o final de 2013 a inflação estará no centro da meta, fixada pelo governo em 4,5%. Como noticiamos em matéria anterior, essa queda da inflação só será possível se o Banco Central aumentar a taxa básica de juro (Selic) para no mínimo 10% ao ano. Se isso acontecer de fato, a presidente deve engavetar o seu plano de reeleição.
Esse discurso mentiroso e repentino se deve ao fato de que a inflação está corroendo os salários dos trabalhadores e também os benefícios do programa Bolsa Família, ferramenta oficial que permitiu ao PT criar a manter um obediente curral eleitoral. Do contrário, Dilma deve aproveitar a vinda do papa ao Brasil e encomendar um milagre