Mostrando força – A moeda norte-americana precisou apenas do final de semana para atropelar a declaração messiânica do ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, que na última sexta-feira (16) disse que a economia brasileira caminha razoavelmente bem e que o governo tem instrumentos de sobra para conter a alta do dólar.
Nesta segunda-feira (19), depois de o Banco Central realizar três intervenções no mercado de câmbio, com direito a venda de contratos de swap cambial, o dólar encerrou os negócios valendo R$ 2,4159, alta de 0,83%. Trata-se da maior cotação da moeda ianque desde 2 de março de 2009. Na máxima do dia, o dólar chegou registrar valorização de 1,37%, cotado a R$ 2,4288.
O anunciado arsenal de ferramentas para conter a alta do dólar parece ser tão pífio quanto o ministro da Fazenda. Em tentativa desesperada de conter a elevação da divisa norte-americana, o BC anunciou a venda, na terça-feira (20), de US$ 4 bilhões no mercado à vista e com compromisso de recompra. Mesmo assim, o dólar continuou subindo.
Diferentemente do que afirmam os palacianos, o dólar deve subir até o final deste ano, de acordo com previsões de analistas financeiros e economistas consultados semanalmente pelo Banco Central. A previsão para a moeda norte-americana saltou de R$ 2,28 para R$ 2,30, mas há quem aposte em número ainda maior.
No caso de o dólar manter a tendência de alta, o BC será obrigado a aumentar a taxa básica de juro, a Selic, como forma de conter a força da inflação. Sem essa medida, o mais temido fantasma da economia encontrará caminho livre.