Pressão total – Advogado de quatro das muitas meninas estupradas por Eduardo Gaievski (investigado por 26 estupros de meninas, 17 delas menores de 14 anos) e assistente de acusação contra o ex-braço direito de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, Natalício Farias protocolará nesta quarta-feira (2), na Secretaria de Segurança do Paraná, pedido de proteção policial para suas clientes, testemunhas e seus próprios familiares. Nos últimos dias, o advogado tem sido seguido e recebendo ameaças de morte por telefone e por e-mail. Intimidação semelhante tem acometido as vítimas e testemunhas que se dispuseram a depor contra o delinquente sexual que durante seis meses trabalhou a poucos metros da presidente da República.
Ao representar vítimas de Gaievski e prestar assistência ao Ministério Público, Farias acabou acionando a ira dos integrantes do PT de Realeza, cidade de 16 mil habitantes, no Sudoeste do Paraná, onde o ex-todo-poderoso assessor de Gleisi foi prefeito duas vezes e elegeu um sucessor petista. “Não tenho medo por mim”, diz Natalício Farias, “mas temo pelo que pode acontecer com as meninas que denunciaram Gaievski e receio que a fúria dos aliados do ex-prefeito coloque em risco os meus familiares. Essa gente é capaz de tudo.”
Apesar dos crimes de Eduardo Gaievski serem voz corrente nos meios políticos, o advogado Natalício Farias foi o primeiro a enfrentar o ex-assessor de Gleisi na Casa Civil e manda-chuva de Realeza. Farias sabe que corre riscos pela sua ousadia, mas ao saber das ameaças requereu à Justiça a prisão de quatro envolvidos no esquema de intimidação. São eles: Fernando Borges, secretário de Administração de Realeza, foi quem ordenou o despejo do avô de uma das vítimas de Giaevski, que morava em um terreno da prefeitura. Essa retaliação ocorreu porque a menina não quis mudar seu depoimento. Maria Selói Becker, funcionária da prefeitura que localizava e intimidava as vítimas de Gaievski. Edmundo Gaievski, irmão do acusado, que organizou a fuga do pedófilo de Brasília e que atuou na intimidação. Rafael Seben, advogado do pedófilo e que trocava mensagens por e-mail com seu cliente, na cadeia, e recebia instruções sobre como pressionar as vítimas para que mudassem seus depoimentos. A Justiça avalia esses pedidos de prisão.
A pequena cidade de Realeza está em pé de guerra. Cidadãos comuns estão em estado de choque com as revelações de que seu antigo prefeito, o homem levado triunfalmente por Gleisi Hoffmann para Brasília para assumir cargo de confiança no governo federal, é um monstro que abusou e estuprou dezenas de meninas pobres, algumas com apenas 12 anos de idade. Agora, os moradores da cidade sabem que o ex-prefeito abusou das crianças com dinheiro, intimidação, ameaças e violência.
Para piorar ainda mais a situação de revolta e de indignação que se alastra pelo País, o Ministério Público aguarda os resultados de perícia técnica em arquivo de áudio disponibilizado no Youtube, em que um homem identificado como Gaievski revela, em meio a risadas, como estuprou uma menina de 14 anos. Enquanto os cidadãos de Realeza estão chocados e revoltados, os petistas, que comandam a cidade, estão cada vez mais truculentos. Alegam que tudo não passa de conspiração da direita e ameaçam dar o troco. O acirramento dos ânimos e as ameaças fizeram o advogado Natalício Farias pedir proteção policial, na tentativa de evitar o pior.