Contramão – Líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO) afirmou na terça-feira (1) que não desistiu de propor alterações, durante o processo de votação, à Medida Provisória do programa Mais Médicos (MP 621/2013). O relatório da proposta governista foi aprovado na comissão mista sob protesto dos deputados do Democratas, que mostraram como esse programa desmonta a estrutura da residência no País, não garante atendimento de qualidade à população mais carente, precariza o vínculo de trabalho do médico e cria uma ilusão de melhoria da saúde pública com objetivos eleitoreiros.
“Vamos para um bom debate na próxima semana. Vai ter resistência no plenário e vamos dar conhecimento à sociedade ao absurdo que está sendo feito. A presidente Dilma Rousseff não fala mais de PAC, agora é Mais Médicos. Daqui a quatro anos vão criar outro factóide para enganar a sociedade brasileira. O PAC elegeu a primeira vez. A presidente acha agora que esse plano de marquetagem da saúde vai dar conta de elegê-la”, protestou.
Um dos pontos mais criticados durante a reunião da comissão mista nesta terça-feira foi a subordinação ao Ministério da Saúde de todas diretrizes da residência médica no Brasil estabelecido no capítulo 5 do relatório do deputado petista Rogério Carvalho.
“Votamos contra um parecer de um relator que cria um fórum de recursos humanos que destrói, aniquila todas as especialidades médicas inviabilizando todo um conselho de residência médica. Retira todos os poderes do Conselho Federal de Medicina, se dá o direito de legislar sobre todas as especialidades sem respeitar a legislação vigente. É de uma atrocidade que vocês não podem imaginar ao se debruçarem sobre esse texto e poderem entender a gravidade com que o governo com essa politicagem e essa campanha eleitoreira está fazendo com a medicina brasileira”, declarou logo após o encerramento da votação do parecer.
Caiado ainda denunciou os gastos milionários com a campanha publicitária do programa mostrando uma estrutura da saúde pública que não condiz com a realidade do País. “Essa campanha do governo mostra um médico falando português em um consultório aparelhado. A realidade são filas intermináveis e as pessoas morrendo nos corredores dos hospitais”, enfatiza. Por que o cidadão da zona rural, dos rincões desse país tem que ser atendidos por um médico sem qualificação? Isso é saúde pública?”, lamentou o líder democrata.