Abandono total – Líder do PPS na Câmara os Deputados, Rubens Bueno (PR) cobrou nesta quinta-feira (31) do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, uma solução para reverter a situação de completo abandono por que passam os agentes da Polícia Federal que fazem o trabalho de vigilância na fronteira da Brasil com o Paraguai.
Designados para combater o tráfico de drogas e contrabando na cidade paranaense de Guaíra, que faz fronteira com o país vizinho, os agentes não contam com rádios para comunicação e são obrigados a perseguir os criminosos com barcos de pesca, enquanto uma lancha blindada de R$ 2 milhões, adquirida pelo governo, está parada há meses no pátio do posto de fiscalização com problemas mecânicos.
A situação já provocou a queda no número de apreensões. Em 2011, foram apreendidas 46 embarcações. O número caiu para 35 em 2012 e, até o mês de outubro deste ano, foram apenas 11. “Como os próprios agentes da Polícia Federal estão denunciando, a fronteira virou um queijo suíço por onde passam livremente toneladas de drogas, contrabando e fugitivos da Justiça. É necessário que o ministro tome providências”, afirmou Rubens Bueno, que encaminhará para Cardozo um requerimento de informações cobrando explicações sobre os motivos que levaram a tal situação e questionando as ações que estão sendo tomadas para solucionar o problema.
O caso de abandono na fronteira ganhou repercussão na imprensa do Paraná, mas a superintendência da PF no estado não se manifestou. Reportagem da RPC TV, afiliada da Rede Globo, mostrou o sucateamento. A lancha de R$ 2 milhões é o símbolo do descaso. Conforme explicou à TV o presidente do sindicato dos policiais federais, Fernando Vicentini, “a máquina, que é como um tanque de guerra, blindada, com metralhadora, GPS e três motores, funcionou apenas dois meses”. De acordo com ele, a estrutura falha tem prejudicado o trabalho dos policiais.
Guaíra faz divisa com a cidade paraguaia de Salto del Guairá, um centro de compras. A reportagem mostrou que na balsa por onde passam brasileiros e estrangeiros todos os dias, a sala da PF está vazia há pelo menos cinco anos.
“Sabemos que a falha na vigilância das fronteiras é crônica no Brasil. E, onde temos alguma estrutura, estamos chegando a esse ponto de sucateamento. A fiscalização de fronteiras é essencial no combate ao crime, em especial os patrocinados por organizações criminosas. A maior parte das drogas e armas apreendidas no país vem de países vizinhos. Está mais do que na hora do Ministério da Justiça tomar providências efetivas que aumentem a fiscalização nessas áreas”, finaliza o parlamentar.