Mudez de ocasião – Ainda ministra da Casa Civil, a censora Gleisi Hoffmann deve ser a primeira a puxar a fila da reforma ministerial que será promovida pela “companheira” Dilma Rousseff no começo de 2014. Gleisi, que tem deixado à mostra de calar a imprensa, pode deixar o governo na primeira quinzena de janeiro. Na sequência será a vez de Alexandre Padilha, ministro da Saúde e candidato petista imposto por Lula para disputar o governo de São Paulo.
Senadora licenciada, Gleisi retomará o mandato parlamentar e cuidará dos preparativos de sua campanha ao governo do Paraná, onde enfrentará o governador Beto Richa (PSDB), que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto. A situação da ainda ministra na corrida ao Palácio Iguaçu é tão crítica, que a petista decidiu processar o editor do ucho.info por duas razões distintas. A primeira delas porque este site repercutiu matéria do jornal “Folha de S. Paulo” sobre a atuação de Gleisi nos bastidores do Senado Federal para aprovar o Plano Nacional de Educação e por consequência prejudicando as APAEs. Sem coragem suficiente para enfrentar um dos maiores jornais do País, a petista preferiu processar o editor deste noticioso.
A segunda razão que levou Gleisi Hoffmann a processar o editor está baseada na repercussão das matérias do site sobre o pedófilo Eduardo Gaievski, que a ministra levou para a Casa Civil para assumir o cargo de assessor especial. Preso por estupro de dezenas de menores, inclusive de vulneráveis, Gaievski foi incumbido de cuidar dos programas federais voltados a jovens. O que pode ser comparado a uma raposa tomando conta de uma granja.
Gleisi sabia do currículo hediondo de Eduardo Gaievski, mas mesmo assim levou-o a Brasília para trabalhar a poucos metros do gabinete da presidente Dilma Rousseff. Situação que causa estranheza, pois é de responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) checar os antecedentes de todo cidadão indicado para cargo de destaque no governo, em especial os que trabalham no palácio do Planalto.
A ainda chefe da Casa Civil deixará o cargo sem dar qualquer explicação convincente acerca da indicação de Eduardo Gaievski, que além de assessor especial acumulava a função de coordenador da campanha da petista a governo do Paraná. O que de antemão mostra o nível da campanha de Gleisi na disputa pelo Executivo paranaense.
O mais estranho nessa epopeia é que também a presidente Dilma não deu qualquer explicação aos brasileiros sobre o fato de um criminoso do naipe de Eduardo Gaievski ter sido indicado para cargo de confiança. Dilma de fato é a máxima autoridade do País, mas ela continua sendo uma empregada do povo brasileiro. Há uma diferença enorme entre ser presidente da República e dona do Brasil.