Calculadora vermelha – É pífio o dramalhão petista criado para anunciar que o ex-deputado federal e mensaleiro José Genoino não tem recursos financeiros para pagar a multa de R$ 468 mil imposta pelo Supremo Tribunal Federal, como parte da sentença condenatória decorrente do julgamento da Ação Penal 470, que teve na mira o maior e mais ousado escândalo de corrupção da história nacional.
Quem ancorou o discurso foi a filha do mensaleiro, Miruna Genoino, que chegou a questionar, em nota publicada na rede social Facebook, se a Justiça tomaria a casa da família. Horas depois, surgiu a notícia de que o Partido dos Trabalhadores fará uma “vaquinha” para angariar fundos suficientes para o pagamento da tal multa. A cúpula da legenda alega que não pode usar verba do fundo partidário para esse fim, por isso conta com a solidariedade dos “companheiros”.
Esse discurso do PT está eivado de inverdades, pois Genoino foi defendido no processo do Mensalão do PT pelo criminalista Luiz Fernando Pacheco, advogado que durante anos integrou a equipe do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça). A defesa dos mensaleiros proporcionou polpudas quantias em dinheiros aos profissionais do Direito que desfilaram pelo plenário do STF a bordo de teses que não convenceram.
Muito longe do discurso moralista que agora surge na esteira da condenação de José Genoino, a defesa de um mensaleiro com fama reduzida não custou menos do que R$ 1 milhão. Em muitos casos, esses honorários estratosféricos foram custeados pelo próprio PT. É o que informou ao editor do ucho.info um dos badalados criminalistas que atuaram no caso.
É importante lembrar que o valor da multa imposta a Genoino é considerado pequeno no universo da política nacional, que como se sabe não funciona sem o vil metal. Ademais, o caixa do Mensalão do PT ainda tem dinheiro sobrando, escondido em alguma conta bancária em paraíso fiscal. Não é preciso nenhum esforço do raciocínio para perceber que no Brasil a política é um negócio promissor e milionário, que proporciona aos operadores as mais variadas oportunidades financeiras.
Se 10% dos jornalistas que cobrem o cotidiano da política em Brasília revelassem tudo o que viram e ouviram ao longo dos anos, por certo a capital dos brasileiros iria pelos ares em poucos minutos. Isso só não acontece porque há uma tênue linha intimidatória que delimita o convívio entre os políticos e os profissionais da imprensa. Resumindo, alguém do PT precisa explicar como José Genoino pagou os honorários do criminalista Luiz Fernando Pacheco.