Hora da verdade – Dilma Rousseff, a presidente, continua sustentando o discurso equivocado de que a situação econômica do Brasil melhorou, enquanto a imprensa nacional insiste em atuar de forma pontual diante de uma realidade cada vez mais preocupante. De acordo com Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, a inflação oficial encerrou 2013 em 5,91%. Trata-se do quarto ano consecutivo que o mais temido fantasma da economia fica longe da meta anual de inflação fixada pelo governo, que é de 4,5%.
Diferentemente do que insinua a mídia, a inflação real é muito maior e há muito flana na casa de 20% ao ano, o que é um absurdo se considerado o fato de que os salários dos trabalhadores têm sido reajustados muito abaixo desse patamar. O item que mais impactou na inflação de 2013 foi o de alimentos, cujos preços subiram de forma assustadora. Quando isso não aconteceu, os fabricantes reduziram a qualidade de muitos produtos como forma de manter os preços.
A grande questão nesse tema é que em 2013 pelo menos 65% das famílias brasileiras se declararam endividadas, assunto para o qual o ucho.info vem alertando desde 2008, quando o então presidente Lula veio a público para empurrar a população na direção do consumismo. Recebendo salários pífios e sem nenhum movimento de avanço na geração de riqueza, os brasileiros foram dragados pela balela do crédito fácil, o que permitiu aliviar a tensão da corda em que se transformou demanda reprimida.
Em muitas matérias aqui publicadas destacamos o fato de que os brasileiros, com o advento da disparada dos preços dos alimentos, passaram a frequentar de maneira crescente a seara da inadimplência, como forma de garantir a sobrevivência familiar. Ou seja, contas deixaram de ser pagas para enfrentar a alta de preços nos supermercados. Prova maior desse cenário de preocupações e incertezas foi a alta de mais de 10% no preço da cesta básica em todo o País.
Em seu discurso de final de ano, a presidente Dilma dirigiu-se aos brasileiros com a balela de que 2013 terminou melhor do que começou, não sem antes falar em conquistas dos trabalhadores. O pronunciamento presidencial foi um espetáculo impressionante de mitomania, no qual o PT mais uma vez jogou sobre a plateia uma enxurrada de informações que os números da economia mostram ser embusteiras.
A claque petista, cada vez mais raivosa, em especial na rede mundial de computadores, brada a todos os cantos que a inflação do governo de Dilma Rousseff é menor do que a do período em que Fernando Henrique Cardoso. Esse tipo de comparação é um equívoco, pois é preciso considerar o contexto econômico em que o País está inserido. Sem esse tipo de amarra, qualquer análise é no mínimo perigosa. Sem contar que o governo petista se especializou nos últimos anos em adotar artifícios contábeis para mascarar a realidade. Algo que se reflete na credibilidade do País junto aos investidores internacionais.
A inflação oficial foi de 6,5% em 2011; 5,84% em 2012; e 5,91% em 2013, o que dá uma média anual de 6,1%. Na era Lula (2003 a 2010), os preços subiram 5,8% ao ano. Já na gestão FHC (1995 a 2002), o aumento médio foi de 9,1%. Os dados têm como base o IPCA, indicador que mede a inflação oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acontece que não se pode esquecer que, há anos, o Palácio do Planalto determinou que qualquer dado do IBGE deveria passar pelo crivo palaciano antes de sua divulgação.