Bomba-relógio – Em seu ousado e mitômano pronunciamento de final de ano, a presidente Dilma Rousseff abusou da ironia e afirmou que 2013 terminou melhor do que começou. A presidente só não disse onde isso aconteceu, porque no Brasil a situação é bem diferente. Ao contrário do que diz a petista, o País vive uma grave crise econômica, que neste ano tende a piorar por causa de vários fatores, como a incapacidade do governo de investir, eleições e eventos grandiosos esparramados pelo calendário.
Para mostrar que Dilma falta com a verdade quando fala de economia, assim como seus estafetas de luxo, o emprego na indústria segue em ritmo fraco e registrou estabilidade em novembro passado, após variação positiva de apenas 0,1% em outubro no indicador, na comparação com o mês anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento do IBGE, o resultado de outubro de 2013 representou a primeira alta em cinco meses, mas a tendência não se confirmou em novembro na esteira do desempenho pífio da produção industrial e da abalada confiança dos empresários.
Na comparação com novembro de 2012, o emprego na indústria registrou queda de 1,7%, vigésimo sexto resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação, além de ser o mais forte desde setembro de 2012 (-1,9%). O cenário quando analisado de maneira mais ampla sinaliza para resultados negativos do emprego industrial em 2013.
Peças sem encaixe
As profecias das autoridades do governo sobre economia há muito são encaradas como piada. O fiasco é tamanho, que o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, desistiu de fazer previsões sobre o crescimento do PIB, uma vez que nos últimos anos o petista não acertou uma vez sequer.
A situação econômica do Brasil é tão grave, que o Banco Central vive um dilema diante da necessidade de fazer com que a inflação oficial convirja para o centro da meta fixada pelo governo, que é de 4,5%. Sempre próximo do teto da meta (6,5%), o mais temido fantasma da economia continua tirando o sono dos palacianos. A única saída para o BC será aumentar a taxa básica de juro, a Selic, atualmente fixada em 10% ao ano, como forma de minar a força da inflação, que encerrou o ano de 2013 em 5,91%, de acordo com números do IPCA.
Acontece que a elevação da Selic, o que deve acontecer em breve, reduzirá ainda mais o consumo, que por sua vez impactará na produção industrial, que vai muito mal. Isso significa que o governo federal tende a arrecadar menos impostos em 2014, ano em que os palacianos precisarão torrar ainda mais o suado dinheiro do contribuinte para mostrar ao eleitor tudo o que não fez em quatro anos de desgoverno.
Outra solução para a crise, mas que já está descartada como explica o parágrafo anterior, seria o governo reduzir seus gastos, mas isso é algo fora do script petista. De tal modo, a alternativa será entregar o futuro nas mãos do Criador, pois nada do que se conhece será capaz de solucionar o caos que foi esculpido pelo lobista e alcaguete Lula e polido pela incompetente Dilma Rousseff.
A desconfiança em relação à economia nacional é tamanha, que o mercado financeiro elevou de 5,97% para 6% a expectativa para a inflação em 2014. No contraponto, a inflação real, aquela com a qual o brasileiro luta até mesmo quando está dormindo, há muito frequenta a órbita de 20% ao ano.
Resumindo, Dilma precisa fornecer aos brasileiros o endereço do país de Alice, aquele das fabulosas maravilhas, porque nessa louca Terra de Macunaíma a situação está cada vez mais luciferiana.