Gasolina na fogueira – Não bastasse sua notória incompetência como presidente da República, a petista Dilma Vana Rousseff decidiu brincar com fogo em meio à sua antecipada campanha pela reeleição. Em conversa com o vice-presidente Michel Temer, que está licenciado da presidência do PMDB, Dilma rechaçou a possibilidade de dar ao partido mais uma pasta na reforma ministerial que deve ser concluída em março próximo. É sabido que Dilma não suporta Michel Temer, mas acabou “engolindo” o líder dos peemedebistas depois de uma intervenção de Lula.
O loteamento da Esplanada dos Ministérios foi a forma que o PT palaciano, à época do lobista Lula, encontrou para substituir o criminoso Mensalão, que garantia facilidades ao governo no Congresso Nacional por meio do pagamento de polpudas mesadas. Diante do escândalo, o núcleo duro do governo Lula decidiu entregar os ministérios aos partidos aliados, que ficaram responsáveis pelos escândalos patrocinados pelos indicados aos cargos. A estratégia é no mínimo condenável em termos éticos, mas vem dando resultados ao governo de Dilma Rousseff.
Inconformada com o jogo duro de Dilma, a direção do PMDB ressuscitou uma ideia que estava aparentemente sepultada: antecipar de junho para abril a convenção nacional que discutirá os rumos a serem tomados pelo partido na eleição presidencial. Esse movimento do PMDB está sendo interpretado como um preâmbulo de eventual desembarque da legenda do governo, o que provocaria um enorme estrago nos planos de Dilma.
A presidente da República sabe do fracasso do seu governo e por isso tenta neutralizar seus adversários na corrida presidencial atraindo o maior número de partidos para o seu projeto de reeleição. Ciente de que a participação do PMDB é fundamental, Dilma tentou amenizar a conversa com Michel Temer, que deixou o encontro sem estar convencido das alegações da presidente.
O clima é tenso e a cúpula do PMDB acionou todas as suas lideranças nacionais para um encontro, em Brasília, na noite de quarta-feira (15), quando será discutida a posição que o partido tomará diante da negativa de Dilma, que não acredita no desembarque da legenda.
Confirmada a saída do PMDB da chamada base aliada do governo, o partido dificilmente faria uma aliança eleitoral com Eduardo Campos (PSB-PE), candidato à Presidência da República. Isso porque o foco de resistência atende pelo nome de Marina Silva, que até agora pouco agregou ao projeto político do governador de Pernambuco. Marina é resistente a uma aproximação com o PMDB por considerar o partido fisiológico. Um acordo com o PSDB seria mais fácil, se confirmada a candidatura de Aécio Neves, que tem a história do avô, Tancredo Neves, como facilitador para um eventual acerto. A grande questão é saber se o PMDB de fato deixará de apoiar Dilma na corrida ao Palácio do Planalto.