Papo furado – Viver na cidade de São Paulo não é fácil nem barato. A capital dos paulistas está entra as mais caras do País, quiçá não lidere esse ranking. Um profissional liberal que sai para trabalhar precisa ter no bolso pelo menos R$ 100 para as despesas cotidianas. Apesar desse custo absurdo, a cidade deixa muito a desejar em termos de contrapartida. Perde-se pelo menos três horas por dia no trânsito, ao mesmo tempo em que se é refém dos marginais que pululam pelos quatro cantos.
Prova maior desse cenário é a escalada da criminalidade na cidade de São Paulo, onde o número de casos de roubo subiu 41,8% no mês de janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2013. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foram registrados 13.416 assaltos em janeiro deste ano, contra 9.463 no mesmo mês do ano anterior.
“Os roubos ainda são nossa principal preocupação. Eles subiram em todo o estado 32%”, disse o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, ao comentar os índices da criminalidade, divulgados a cada mês.
De acordo com Grella Vieira, houve um aumento nos registros de ocorrências. Desde novembro de ano passado, foi implantado um sistema para registros de roubo pela internet. “Registros passaram a ser feitos pela internet. Uma pesquisa de um órgão chegou a mostrar que 64% não notificavam roubos à polícia. Esses aumentos, no entanto, não nos agradam, precisamos continuar trabalhando”, disse. De acordo com levantamento do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) de outubro de 2013, apenas 36,7% das pessoas que sofreram roubos procuram a polícia. Isso porque a maioria das vítimas não acredita na solução do caso.
A pesquisa do Insper revela que a falta de provas ou de testemunhas e a não importância do objeto roubado são as principais causas do não registro do crime.
Os furtos de veículos em São Paulo também aumentaram: foram 4.049 casos em janeiro, contra 3.879 no mesmo período de 2013, alta de 4,4%. Os casos de roubo de veículos também aumentaram, passando de 3.776 para 4.635.
A onda de crimes acaba refletindo em todos os segmentos da sociedade, sem perdoar esse ou aquele cidadão. E o motivo é muito simples: por conta da onda de violência, qualquer produto traz embutido no preço o custo da segurança, seja por meio de apólices de seguro, seja por meio de segurança privada.
Outro lado da moeda
Enquanto o Palácio dos Bandeirantes se debruça sobre números estatísticos, o cidadão paga muito caro por um serviço que deixa a desejar: a segurança pública. Apenas para que o leitor compreenda a gravidade da situação, no tempo em que Luiz Antonio Fleury Filho era governador de São Paulo (1991-199595), a Polícia Militar tinha em todo o estado pouco mais de 1,4 mil viaturas. Hoje, sob a batuta de Geraldo Alckmin, a PM paulista tem uma frota que não chega a 500 viaturas.
No âmbito da Polícia Civil, as viaturas não têm circulado por falta de combustível. Dependendo do departamento da Polícia Civil, a viatura pode encher o tanque se o combustível for etanol. Se o veículo for movido a gasolina, somente dez litros por viatura.
A situação apresenta-se ainda mais crítica quando analisamos importantes cidades do interior. Em São José dos Campos, cidade do Vale do Paraíba que tem aproximadamente 700 mil habitantes, durante a noite apenas dois distritos policiais funcionam para atender as ocorrências. Enfim…