Deu errado – A grande imprensa brasileira, que já começa a perder a condição de formadora de opinião, desperta muito lentamente para a dura realidade do País, mas ainda está dominada por uma sonolência burra que decorre de encomenda do Palácio do Planalto. Isso porque os números da economia nacional apontam na direção da crise, enquanto a mídia se cala diante das desculpas esfarrapadas vociferadas pelos integrantes do desgoverno de Dilma Rousseff.
De olho na corrida presidencial, mas ciente de que a reeleição pode lhe escapar, a presidente continua iludindo a população com o discurso embusteiro de que o Brasil é o país de Alice, aquele das maravilhas. Acontece que a realidade é bem distinta, sem que os palacianos admitam isso.
No apagar das luzes de 2013, Dilma ocupou os meios de comunicação para, mentindo mais uma vez, dizer que este ano seria de avanços econômicos e prosperidade. Nada do que previu a presidente aconteceu. E quem enfrenta o cotidiano sabe que é preocupante a crise econômica que só faz crescer.
Nesta terça-feira (8), o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para baixo a previsão de crescimento do PIB brasileiro. Para o FMI, a economia do Brasil deve avançar no máximo 1,8% em 2014. Trata-se da quarta revisão para baixo, em um ano, que o FMI faz em relação o PIB nacional. Há um ano, o organismo apostava em crescimento de 4%% da economia brasileira (os índices seguintes foram: 3,2% em julho, 2,5% em outubro e 2,3% em janeiro). A aposta atual do FMI é a mesma dos analistas do mercado financeiro doméstico, que trabalham com expectativa de pífio crescimento do PIB neste ano.
Quando o ucho.info, em dezembro de 2008, afirmou que a política econômica adotada pelo então presidente Lula era irresponsável e suicida, os palacianos nos acusaram de torcer contra o Brasil. Não era preciso àquela altura dos acontecimentos ter doses de genialidade para perceber que no curto prazo a conta não fecharia. Mas Lula, na ocasião, estava preocupado em fazer da gerentona inoperante a sua sucessora.
Desde que chegou ao principal gabinete do Palácio do Planalto, em janeiro de 2010, até agora Dilma Rousseff adotou 23 medidas de estímulo à economia, mas nenhum surtiu qualquer efeito capaz de ser notado. Dona da última palavra nas questões relacionadas à economia do País, a presidente dá guarida às teorias esdrúxulas e fracassadas do ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda.
A situação da economia do País é tão preocupante, que em termos de previsão de crescimento do PIB o Brasil só perde para a Rússia quando o parâmetro de analise engloba os países emergentes que formam os BRICS. Acontece que a Rússia se envolveu em uma tremenda confusão geopolítica, o que fez com que a economia do país sentisse os efeitos da tirania de Vladimir Putin. No malfadado Mercosul, o Brasil está à frente apenas da Argentina e da Venezuela. O que, diga-se de passagem, não é nenhum prêmio.
Como se os brasileiros não acompanhassem as análises sobre a economia, Dilma não esboça qualquer rubor facial quando afirma que a inflação está sob controle. Mesmo depois de o Banco Central elevar a taxa básica de juro, a Selic, como forma de conter o avanço do mais temido fantasma econômico.
Se nos próximos dias a inflação der algum sinal de arrefecimento, certamente não será por causa de alguma medida adotada pelo desgoverno petista, mas, sim, porque a moeda norte-americana está desvalorizada frente ao Real. Contundo, esse ingrediente contribui para piorar a difícil situação enfrentada pela indústria nacional, que além de ter de enfrentar no mercado interno a concorrência dos produtos estrangeiros, deixa de ser competitiva no mercado internacional, uma vez que os produtos brasileiros tornam-se caros por causa da desvalorização do dólar.
Dilma e seus mentirosos de plantão podem dizer qualquer coisa sobre a situação brasileira, mas não dá para acreditar nas propagandas do governo, recheadas de mentirosos efeitos especiais. De igual modo, não se deve confiar no tão cantado mar de rosas da economia quando o salário do trabalhador acaba e o mês continua sua trajetória implacável. A grande questão é que o plano do PT deu errado, mas a cúpula da legenda tenta salvar a farsa como se fosse o comandante do Titanic.