Pano quente – Os brasileiros de bem precisam estar atentos, pois o Partido dos Trabalhadores, que com o passar do tempo se especializou no banditismo político, começa a se movimentar para desacreditar a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que desbaratou um criminoso esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 10 bilhões. A atenção é necessária porque o PT tenta salvar a pele do ainda deputado federal André Vargas junto à opinião pública.
A tentativa faz parte de uma estratégia desesperada para evitar que as reticências do escândalo atinjam a legenda como um todo e principalmente o projeto de reeleição de Dilma Vana Rousseff, a gerentona inoperante. As investigações da PF detectaram um sem fim de ações criminosas envolvendo gente graúda do universo político nacional.
Na quinta-feira (10), o presidente do PT, Rui Falcão, disse que os fatos divulgados acerca do envolvimento de Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso pela PF, não significam que o parlamentar petista seja culpado. O anúncio foi fito depois de a cúpula petista ter se reunido, em São Paulo, para decidir o futuro de André Vargas.
As provas levantadas pela Polícia Federal são incontestáveis e mostram uma relação promíscua entre Vargas e Youssef. Querer desqualificar o trabalho policial apenas para salvar André Vargas é abusar da capacidade de raciocínio da população. No momento em que o caso de Vargas surgiu no noticiário, o PT sequer imaginava o estrago que o caso provocaria na legenda.
A investida contra André Vargas foi um recado do Palácio do Planalto para o lobista Luiz Inácio da Silva, que insiste em afirmar que não pensa em voltar ao Palácio do Planalto, mas não desautoriza os entusiastas do “Volta Lula”, que tem crescido diuturnamente nos bastidores da política. O mais destacado entusiasta do “Volta Lula” é o próprio André Vargas, que experimentou o calor do chamado fogo amigo.
O próximo da fila é o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), muito próximo a Lula e que em passado recente liderou um movimento para permitir que o ex-metalúrgico tivesse direito a um terceiro mandato. A ideia não prosperou e Lula pediu que o plano fosse abortado.
Voltando a André Vargas, o seu futuro está selado, pelo menos no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, onde o relator, Júlio Delgado (PSB-MG), já sinalizou que pedirá a perda do mandato do petista alarife que mentiu na tribuna da Casa ao dizer que era superficial sua relação com o doleiro. Delgado, para quem não se recorda, foi o relator do processo de cassação do agora presidiário José Dirceu.
A grande questão envolvendo Vargas é que o petista paranaense sabe demais sobre a senadora Gleisi Hoffmann e o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), dupla que no Palácio do planalto é considerada intocável. Fora isso, a longeva amizade com Alberto Youssef faz com que André Vargas conheça em detalhes os bastidores do esquema que culminou com a Operação Lava-Jato.