Rédea solta – Preocupada com o seu projeto de reeleição, a presidente Dilma Rousseff não tem medido esforços para mentir e afirmar que a inflação esta sob controle. Trata-se de uma enorme inverdade, até porque os números do cotidiano não deixam dúvidas sobre o descompasso do governo no controle da crise econômica.
Consultados pelo Banco Central, economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País revisaram para cima a projeção de inflação em 2014. De acordo com os especialistas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 6,51%, contra 6,47% da previsão anterior. O novo dado, que consta da última edição do Boletim Focus, mostra que o mais temido fantasma da economia já ultrapasso o teto de 6,5% do plano de metas de inflação.
A inflação tem se mostrado mais forte e resistente no setor de alimentos, o que faz com que o salário do trabalhador se acanhe diante dos preços cada vez maiores dos gêneros de primeira necessidade. Deixando de lado a inflação oficial e passando para a real, aquela que os brasileiros têm de enfrentar inclusive durante o sono, o índice já ultrapassou a marca de 20% ao ano, situação que faz com que o salário do brasileiro acabe antes do final do mês.
Quando a inflação supera o limite estabelecido pelo governo, manda a regra que o presidente do Banco Central, autoridade monetária do país, explique ao ministro da Fazenda, por meio de carta, os motivos do descontrole inflacionário. Trata-se de mera formalidade, pois o ainda ministro Guido Mantega sabe que a inflação fugiu do controle no vácuo da incompetência dos integrantes de um governo paralisado e, acima de tudo, da teimosia da presidente da República.
Não demorará muito e os palacianos farão comparações com o período em que a inflação no Brasil girava na casa de 60% ao mês, mas naquela época existiam instrumentos que corrigiam automaticamente os salários e os investimentos. Ou seja, o impacto da inflação era minimizado. Isso mostra que a inflação atual é muito mais nociva, pois o salário do trabalhador é reajustado uma vez por ano, normalmente abaixo do que deveria ser, enquanto que a remuneração das aplicações financeiras, como a caderneta de poupança, não repõe o poder de compra do dinheiro.