Curto-circuito – A incompetência que reina no seio do governo petista de Dilma Rousseff é tamanha, que nem mesmo para combinar discursos os ministros têm capacidade. Horas depois de o jornal “Folha de S. Paulo” publicar entrevista com Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, desautorizou o colega de ministério e afirmou que o governo não controla preços, como os dos combustíveis, energia elétrica e transporte público. De acordo com Mercadante, o “irrevogável”, o desgoverno Dilma usa tal expediente para evitar a alta da inflação.
Mantega, por sua vez, disse nesta quarta-feira (14) que, ao contrário do que afirmou Mercadante, recentemente houve reajustes no preço da gasolina e na tarifa de energia elétrica, invalidando a promessa da presidente Dilma de que a conta de luz ficaria 20% mais barata na esteira da renovação das concessões do setor elétrico.
É importante lembrar que a redução na conta de luz, que durou muito pouco, foi custeada pelo dinheiro do contribuinte, uma vez que o Tesouro Nacional teve os cofres sangrados para indenizar as geradoras de energia, além dos absurdos empréstimos que têm sido concedidos nas últimas semanas às empresas do setor. Fora isso, desde 2012 as usinas termelétricas trabalham de forma ininterrupta, sem as quais o Brasil já teria mergulhado em um colapso energético por causa da dificuldade do governo de lidar com o planejamento.
“Nós temos feito, sim, reajustes. Maior exemplo é o preço da energia, que subiu 18%. Onde está o represamento dos preços?” declarou o indignado ministro, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, onde compareceu para falar sobre a bisonha compra, pela Petrobras, da obsoleta refinaria de Pasadena, no Texas.
“Gasolina tem tido aumentos todo ano no Brasil. Não é verdade que tarifas são represadas”, destacou o ministro, que preferiu não comentar sobre eventual reajuste ainda neste ano, como deseja a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. De acordo com o titular da Fazenda, o preço da gasolina foi reajustado acima da inflação nos últimos anos, em média duas vezes a cada ano.
A economia brasileira está cambaleante e à beira do precipício, portanto de nada adianta discutir sobre represamento de preços por parte do governo, até porque isso ocorre de forma tão clara, que negar o óbvio é passar recibo de insanidade.
O que mais preocupa no vácuo desse embate entre Mercadante e Mantega é o fato de o governo estar literalmente perdido, sem saber que decisão tomar para minimizar a crise, que deve se estender por mais alguns anos. Um governo paralisado e marcado pela discórdia entre seus integrantes não é merecedor de confiança, como já apontam as pesquisas de opinião sobre a sucessão presidencial. Fosse pouco, esse tipo de situação só aumenta a desconfiança dos investidores em relação ao Brasil, por causa da falta de credibilidade do desgoverno do PT.