Sol quadrado – Desrespeitar a lei e afrontar os Poderes constituídos, em especial o Judiciário. Essa é a ordem que reina no núcleo duro do Palácio do Planalto e na cúpula do Partido dos Trabalhadores, que não desejam ver suas estripulias desvendadas pelos adversários. Por trás dessa manobra, que em empurra o Brasil na direção de um regime totalitarista, está o agora lobista Luiz Inácio da Silva, que em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis já estaria atrás das grades.
Depois de muita discussão e chicanas jurídicas, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), instalou a CPI da Petrobras, que acabou dominada pelo PT e pela chamada base aliada, que aterrissa no genuflexório palaciano à base de negociatas. Como noticiado pelo ucho.info, a presidência da CPI da Petrobras foi entregue ao senador peemedebista Vital do Rêgo, enquanto a relatoria está a cargo do petista cearense José Pimentel. Resumindo, só resta estabelecer o dia em que a pizza será servida.
Por determinação da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, a CPI da Petrobras deve investigar apenas e tão somente fatos relacionados à petroleira verde-loura, que por obra e graça dos desgovernos petistas está em profunda crise financeira, não sem antes ver o seu valor de mercado derreter em apenas três anos.
Diante da impossibilidade de evitar a instalação da CPI, o Planalto acionou os “buldogues palacianos” para tentar ampliar o escopo investigatório do colegiado. A ideia era emprenhar a Comissão com temas relacionados ao cartel dos trens em São Paulo e o porto pernambucano de Suape. O assunto acabou no STF e a ministra Rosa Weber, prudente e demorada, impediu a criação de uma “CPI X-Tudo”.
Como se o Judiciário não existisse e uma decisão judicial nada significasse, a CPI da Petrobras, que já promoveu a primeira reunião, resolver inserir no espectro investigatório as obras do porto de Suape, suspeitas de superfaturamento. Se a tropa de choque de Dilma Rousseff quer investigar as obras do porto pernambucano, com o objetivo de bombardear a candidatura de Eduardo Campos (PSB), que instale uma CPI específica, respeitando o que determina a Constituição Federal. O que não se pode aceitar é que o governo do PT, em atitude bolivariana, desrespeite uma decisão judicial da mais alta Corte do País, mesmo que ainda em caráter liminar.
Tivesse um currículo magistrada marcada pela justeza e coragem, a ministra Rosa Weber já teria se manifestado contrariamente à decisão chicaneira e arbitrária tomada pela CPI da Petrobras. Na verdade, Rosa Weber deveria seguir à risca o que determina a lei e ordenar a imediata prisão do senador Renan Calheiros e do presidente da CPI, Vital do Rêgo, por descumprimento de ordem judicial. A ousadia da banda obediente da CPI mostra que o Palácio do Planalto aposta na possibilidade de reverter a decisão da ministra no plenário do Supremo. Situação em que contaria com o servilismo barato de alguns ministros indicados pelo PT.