Boca fechada – Faltando poucas horas para a abertura da Copa do Mundo, o maior evento futebolístico do planeta, a presidente Dilma Rousseff foi alvo de uma proposta provocante da oposição, mas sua conhecida covardia a impede de aceitar o desafio. Diante da possibilidade de ser alvo de vaias, a presidente decidiu que não discursará na Arena Corinthians, o Itaquerão, palco do jogo de estreia da Copa. Dilma se dedicará ao protocolo e recepcionará os chefes de Estado que virão ao Brasil para acompanhar o evento.
Um dos mais atuantes parlamentares da oposição, o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), líder do partido na Câmara, desafiou nesta quarta-feira a presidente e dublê de candidata Dilma Rousseff a repetir, durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, o pronunciamento que fez em cadeia nacional de rádio e TV. “Aí ficará claro quem já entra em campo perdendo”, provocou o parlamentar, lembrando que o PT não está acostumado com o contraditório.
Na avaliação de Rubens Bueno, o pronunciamento, em ambiente fechado e controlado, com todo o assessoramento de marqueteiros, serviu apenas como mais uma peça de propaganda fantasiosa que o PT insiste em vender para a população. “Mas a sociedade não é boba. Está ciente da incompetência do governo na organização do evento. Convive diariamente com os problemas causados pelos atrasos nas obras e está atenta para o desperdício e desvio de dinheiro público, já apontados por diversos órgãos de fiscalização. No olho no olho, diante de um estádio lotado, a presidente tem medo de repetir um discurso que ela mesmo sabe que é fantasioso”, afirmou o líder do PPS.
Para o deputado, a questão da Copa do Mundo não pode ser dividida entre otimistas e pessimistas. “Não é uma questão de ser a favor ou contra Copa. Trata-se de um debate em torno das prioridades do país, de competência de gestão e de fiscalização do dinheiro público”, frisou.
O líder do PPS chama atenção ainda para o fato de o governo, a pedido da FIFA, uma entidade privada, ter mudado a legislação do país para receber o mundial. Esse fato gerou, inclusive, prejuízo para o Tesouro, já que a entidade máxima do futebol está completamente isenta de pagamentos de impostos. “São mais de R$ 1,3 bilhões em isenções para negócios relacionados com a Copa. Para o trabalhador, que sustenta o caixa do governo, fica a conta da inflação crescente e os preços exorbitantes praticados pela FIFA nos estádios”, comparou o deputado.
Para Rubens Bueno, ficou claro que Dilma e o PT, como de costume, usaram a cadeia de rádio e televisão para fazer propaganda eleitoral antecipada. “A oposição mais uma vez vai acionar o Tribunal Superior Eleitoral para exigir uma punição”, finalizou o parlamentar.
