Alça de mira – Parlamentares de oposição que integram a CPMI da Petrobras esperam que ao final das investigações da Comissão e do Tribunal de Contas da União (TCU) seja apontada a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff nas irregularidades que envolveram a inexplicável compra da refinaria de Pasadena, no estado norte-americano do Texas. Essa também é a expectativa do deputado federal Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara.
Pareceres de auditores do TCU propondo a responsabilização da presidente mostram que a oposição não está sozinha ao apontar o envolvimento direto da então ministra-chefe da Casa Civil na transação que resultou em prejuízo bilionário à petroleira nacional. A compra da obsoleta refinaria de Pasadena aconteceu em 2006, quando Dilma presidia o Conselho Administrativo da empresa.
“Isso só confirma o envolvimento direto de Dilma neste escandaloso negócio. Aliás, eu diria que, como presidente do conselho, ela é a principal responsável”, afirmou Rubens Bueno.
Reportagem do jornal “O Globo”, publicada nesta quinta-feira, revela que os auditores do TCU Michel Afonso Assad e Jefferson Lima de Souza, no parecer de 20 de setembro de 2013, recomendam que Dilma Rousseff e mais quatro conselheiros da Petrobras sejam incluídos no grupo de treze gestores apontados como suspeitos de das irregularidades na compra da refinaria.
As análises de Assad e de Souza corroboram com a proferida pelo auditor federal Alberto Henriques de Araújo. Todos sugerem que a presidente da República seja ouvida pelo Tribunal.
Em matéria do jornal “O Estado de S. Paulo”, também publicada nesta quinta-feira, auditores do TCU avaliam que a presidente da República errou ao confirmar “cegamente” no relatório informativo produzido pelo então diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Rubens Bueno disse ainda que desde quando começaram a aparecer as denúncias sobre a aquisição de Pasadena, as digitais de Dilma eram “incontestáveis”. Ele lembrou que o ex-presidente da companhia José Sérgio Gabrielli cobrou, em entrevista, que a presidente assumisse suas responsabilidades.