Fim de linha – O desgoverno de Dilma Rousseff está preocupado com a repercussão das declarações do porta-voz da diplomacia israelense, que disse ser o Brasil um “anão diplomático”, mas tem se valido de vias transversas para rebater as declarações. Não bastasse a repercussão negativa do caso, que exigiu manobra discursiva por parte do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, a presidente da República mostrou que não tem pulso e permitiu que outro integrante do governo aumentasse a lambança.
Um dos mais desqualificados estafetas palacianos e ocupando o cargo de chanceler genérico desde o governo do companheiro Lula, o trotskista Marco Aurélio Garcia rebateu nesta sexta-feira (25) a declaração de Yigal Palmor, porta-voz da diplomacia israelense. “É o sub do sub do sub do sub do sub do sub”, disse Garcia ao se referir a Palmor.
Questionado por jornalistas que cobrem o cotidiano do Palácio do Planalto se a declaração de Yigal Palmor foi deselegante, Marco Aurélio Garcia, assessor especial do governo para assuntos internacionais, respondeu: “eu não especialista em elegâncias”. Pelo menos nesse ponto Garcia foi coerente e autêntico, pois seria uma heresia qualquer declaração diferente, em especial para os que sabem como o petista era tratado nas coxias do poder pelo então presidente Lula.
As declarações descabidas de Garcia mostram o nível do governo de Dilma Rousseff, o que explica a forma como o Brasil é visto no cenário internacional. Se elegância não é o forte de Marco Aurélio Garcia, é preciso reconhecer que o porta-voz da chancelaria israelense foi elegante demais ao afirmar que o Brasil é “irrelevante” em termos políticos e diplomáticos. Basta para tanto analisar a trajetória da política internacional brasileira ao longo dos últimos onze anos e meio, período em que o tema foi tratado com irresponsabilidade e sempre focado nas questões ideológicas que unem a chicaneira esquerda latino-americana.
Como afirmou o ucho.info em matéria anterior, não se pode concordar com a matança que vem ocorrendo na Faixa de Gaza, tragédia decorrente do radicalismo que separa os líderes do Hamas e de Israel, mas é preciso cuidado para tratar de assunto tão delicado. Antes de qualquer menção ao fato, o Brasil deveria ter se juntado aos países que buscam uma solução negociada para a paz na região, que há muito não sabe o que isso representa.
Diplomacia, como o próprio vernáculo diz, exige cuidado e atenção para que suscetibilidades não sejam feridas, sempre na busca de uma solução de consenso que atenda aos interesses de todos os lados. Não se pode aceitar, de igual modo, que civis inocentes, de parte a parte, se transformem alvo de uma disputa que só interessa em termos políticos àqueles que ordenam o massacre.
O incidente diplomático tornou-se ainda maior quando o governo decidiu chamar o embaixador brasileiro de volta ao País para ter maiores detalhes sobre o caso que vem unindo esforços ao redor do planeta.
No Itamaraty e no Palácio do Planalto a ordem era encerrar o bate-boca o quanto antes, mas um governo que tem um chanceler de camelô, que trata as questões diplomáticas como se fossem fofocas de bataclã, precisa saber que tudo é possível, inclusive sandices ideológicas.