Sinuca de bico – Líder do PPS na Câmara dos Deputados e titular da CPI Mista da Petrobras, Rubens Bueno (PR) encaminhará nesta segunda-feira (4) ao presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), requerimento para que sejam ouvidos no colegiado todos os envolvidos na operação fraudulenta denunciada pela revista Veja, que consistia na combinação de depoimentos e repasse antecipado de perguntas aos depoentes da CPI no Senado. Na opinião do parlamentar, há suspeitas de que o esquema também teria sido adotado na comissão mista.
Rubens Bueno pede a convocação do chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, do advogado da empresa, Bruno Ferreira, do assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Paulo Argenta, do assessor da liderança do governo no Senado, Marcos Rogério de Souza, e do assessor da liderança do PT na Casa, Carlos Hetzel, citados como peças-chave do esquema.
“O depoimento deles é essencial para que possamos iniciar a investigação sobre o caso. Na sequência também vamos solicitar que sejam ouvidos todos os parlamentares citados no caso”, afirmou o deputado. Entre os mencionados até agora estão o relator da CPI no Senado, o petista José Pimentel (CE), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Segundo a reportagem, que revela um vídeo com detalhes de toda a trama, tiveram acesso as perguntas antes de prestar depoimento a presidente da Petrobras, Graça Foster, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró.
“Também vamos pedir ao presidente da CPI que anule esses depoimentos e convoque novamente os investigados”, adianta o parlamentar, que já havia alertado, durante as sessões da CPMI, para a grande encenação armada nas reuniões.
O líder do PPS também defende que seja feita uma apuração rigorosa sobre o envolvimento de integrantes das comissões de inquérito na farsa. “De imediato vou pedir que o presidente da CPMI determine o afastamento dos parlamentes que tiverem envolvimento com o esquema. Não é possível que alguém escolhido para investigar atue descaradamente para beneficiar os suspeitos. Isso é inadmissível e não resta outro caminho que não seja a substituição deles em face da suspeição de conluio”, afirmou Rubens Bueno.