Sinal vermelho – Em São Paulo, o mais rico e importante estado da federação, o Partido dos Trabalhadores continua patinando em seu sonho de chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Com as pesquisas eleitorais mostrando que a campanha de Alexandre Padilha está literalmente empacada, o PT tenta reverter o quadro de qualquer maneira. Para tanto, a legenda acionou a Justiça Eleitoral para garantir que a TV Globo faça uma cobertura diária da campanha de Padilha.
Acreditando que é dono do Brasil, portanto com o direito de ingerir em negócios provados, o partido ingressou com representação no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo contra decisão da emissora de cobrir a campanha de candidatos que tenham acima de 6% de intenções de voto, linha de corte que deixa Padilha de fora da cobertura televisiva da Vênus Platinada. Na ação, o PT argumentou que a emissora não segue critérios de isonomia e de garantia de oportunidade igualitária a todos os candidatos.
“Como se sabe, dos veículos de comunicação social, o rádio e a televisão são os que mais abrangem aos domicílios brasileiros, operam sob o regime de concessão conferido pelo poder público federal. Estando seus bens afetos à realização de finalidade pública, não podem, até por isso, ser usados para beneficiar esse ou aquele candidato, essa ou aquela candidatura; devendo pautar sua atuação durante as eleições pela imparcialidade”, destacou o PT na representação.
O partido requer na ação a concessão de liminar que obrigue a TV Globo a abrir espaço a todos os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes ou, então, que deixe de cobrir o cotidiano de qualquer participante da corrida ao governo paulista. O PT alegou também que a emissora adotou o mesmo critério na eleição à prefeitura de São Paulo, mas a Justiça decidiu que todos os candidatos deveriam ter o mesmo direito à cobertura diária das respectivas campanhas.
Em carta enviada à TV Globo na última semana, o presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, pediu à emissora que “reavalie sua posição, visto que tais critérios podem incorrer em injustiça com o candidato em questão, bem como prejudicar o processo democrático da eleição e o direito assegurado aos cidadãos pela Constituição de garantia de informações de forma transparente e igualitária”.
Essa manobra mostra o grau de desespero da cúpula petista, que cada vez mais se preocupa com os resultados das urnas em todo o País, uma vez que o fiasco do governo de Dilma Rousseff vem repercutindo de norte a sul e, ato contínuo, prejudicando os candidatos do partido.