CPMI convoca Paulo Roberto Costa, que poderá ficar calado por causa do “segredo de Justiça”

pauloroberto_costa_05Para inglês ver – Com a proximidade das eleições, deputados e senadores que integram a CPMI da Petrobras, criada para investigar os desmandos na estatal, tentam pegar carona na reverberação da Operação Lava-Jato. Reunido com integrantes da CPMI na manhã desta quarta-feira (10), o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciou a convocação de Paulo Roberto Costa.

Há dias revelando a procuradores e delegados federais detalhes sobre o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro operado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor da Petrobras deverá depor à Comissão na próxima quarta-feira (17). O agendamento do depoimento foi rápido porque o requerimento de convocação foi aprovado há três meses.

Paulo Roberto Costa já revelou os nomes de alguns dos beneficiados pelo esquema de superfaturamento da Petrobras, dentre eles os ex-governadores Sérgio Cabral Filho (RJ) e Eduardo Campos (PE), já falecido, e a governadora Roseana Sarney (MA). Também engrossam a lista de acusados de envolvimento com o esquema criminoso os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI), os deputados federais Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vaccarezza (PT-SP), João Pizzolatti (PP-SC). No rol constam os nomes do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e de Mario Negromonte (PP-BA), ex-ministro das Cidades.

O ucho.info sabe que outros políticos e autoridades estão envolvidos com a ciranda criminosa controlada por Youssef, sendo que o número de implicados, somente no âmbito do Legislativo federal, pode chegar a uma centena. Pelo menos mais uma dezena de senadores estão na alça de mira da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Como se sabe, Costa selou um acordo de delação premiada, cujos depoimentos estão sob segredo de Justiça. Esse detalhe pode transformar o depoimento do ex-diretor da Petrobras em um espetáculo de mudez, uma vez que Costa deve se declarar impedido de revelar o que sabe, decisão que certamente tem amparo legal. Não foi por acaso que a CPMI da Petrobras convocou para depoimento Paulo Roberto Costa.

O espetáculo que terá no lugar na próxima quarta-feira, em Brasília, desde que o competente juiz Sérgio Moro autorize a ida de Costa à capital dos brasileiros, servirá apenas como palanque eleitoral daqueles que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que tenta esmiuçar os crimes cometidos na órbita da Petrobras.

Sem medo de errar, até porque seu editor foi um dos responsáveis pelas denúncias que culminaram com a Operação Lava-Jato, este site afirma que a devassa no esquema de corrupção que funcionou na era Lula e no governo Dilma está apenas começando.

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