Momento animal – A economia brasileira continua avançando na direção do despenhadeiro, apesar dos discursos nada confiáveis do governo. Nesta sexta-feira (12), os palacianos fizeram festa depois que o Banco Central divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), indicador criado pelo governo para tentar antecipar o crescimento do PIB. De acordo com o IBC-Br, a economia registrou alta de 1,5% em julho, a maior expansão mensal desde junho de 2008 (+3,32%). Vale destacar que o resultado do indicador anunciado pelo BC não tem ajuste sazonal.
Horas depois das comemorações em palácio, o governo teve de enfrentar uma péssima notícia. Ao final da sexta-feira, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou os negócios com queda de 2,42%, com 56.927 pontos. Como se não bastasse, a moeda norte-americana fechou o dia valendo R$ 2,33, maior cotação desde março deste ano.
Isso mostra que os investidores não apenas reagiram às instabilidades decorrentes da geopolítica internacional, mais especificamente aos conflitos entre Ucrânia e Rússia, o que foi potencializado com a entrada em vigor das sanções da União Europeia a Moscou, mas também levaram em consideração os resultados das recentes pesquisas eleitorais, que colocam Dilma Rousseff e Marina Silva em empate técnico no segundo turno da corrida presidencial.
A possibilidade de Dilma se reeleger é motivo suficiente para os investidores aumentarem o grau de desconfiança em relação ao Brasil, movimento que é impulsionado pela alta das taxas de juro nos Estados Unidos, mercado considerado seguro em termos de investimento. No pregão desta sexta-feira da Bolsa de Nova York as ações das principais companhias norte-americanas registraram recuo, enquanto os Treasury Bonds (T-Bonds), títulos do Tesouro estadunidense valorizaram.
Enquanto esta preocupada com as mentiras que vociferam em sua campanha para tentar conseguir um novo mandato, Dilma simplesmente esconde dos brasileiros a realidade da economia nacional, que no curto prazo não terá um horizonte sombrio, pelo contrário. A balança comercial brasileira continua na dependência do agronegócio, o que ocorre há mais de duas décadas, pelo menos, mas é preciso salientar que são elevados os estoques globais de commodities, em especial as agrícolas.
A alta do dólar, provocada também pela decisão do Banco Central de jogar a toalha em relação ao combate à inflação e que precisa ser analisada com a devida parcimônia, deveria impactar positivamente no universo verde-louro das commodities, mas o chamado custo Brasil continua atrapalhando as nossas exportações. Para que o leitor consiga avaliar o estrago promovido pela incompetência petista nos últimos onze anos e meio, o custo para transportar uma tonelada de soja da região Centro-Oeste até o porto de Santos, no litoral paulista, é de US$ 150. Ou seja, o problema do Brasil não está no campo, mas depois da porteira da lavoura.
Fora isso, a instabilidade do mercado internacional por causa dos conflitos está interferindo nas decisões de países importadores de commodities brasileiros, como é o caso de minério de ferro. Em suma, o PT conseguiu transformar o País naquele folclórico cachorro que corre atrás do próprio rabo.
