Pente fino – Líderes dos partidos de oposição (PSDB, PPS, Democratas e Solidariedade) na Câmara dos Deputados protocolaram nesta quinta-feira (25) representação que requer ao Tribunal de Contas da União (TCU) a realização de auditoria especial no convênio celebrado entre o governo da Bahia e a ONG Instituto Brasil para a construção de 1.120 casas populares no estado.
O documento é assinado pelos líderes do PPS, Rubens Bueno (Paraná); do PSDB, Antonio Imbassahy (Bahia); do Democratas, Mendonça Filho (Pernambuco); e do Solidariedade, Fernando Francischini (Paraná).
De acordo com denúncia publicada pela revista Veja, parte dos recursos (R$ 17,9 milhões), que deviam ser destinados para erguer as moradias, teria abastecido caixas de campanhas de candidatos do PT na Bahia. Entre os supostos beneficiários estão um senador, dois deputados federais, o atual candidato a governador e um ex-ministro da presidente Dilma Rousseff.
Em entrevista dada à publicação, a presidente do Instituto, Dalva Sele Paiva, revelou que a entidade foi criada para ajudar a financiar os projetos eleitorais do PT baiano. O esquema teria funcionado por quase dez anos.
A oposição indica que o dinheiro seria proveniente do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, por isso, a competência do TCU para fazer a análise detalhada nos referidos repasses financeiros.
“Considerando a relevância econômico-social dos investimentos que, aparentemente, deixaram de ser realizados pelo estado da Bahia, em decorrência dos desvios de recursos públicos, requeremos a abertura de auditoria especial”, solicitam os deputados no pedido ao presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.
Informações a ministros
Os líderes de oposição também protocolaram pedidos de informação endereçados aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e da Controladoria Geral da União, Jorge Hage.
Os partidos querem saber das duas pastas se já haviam recebido as denúncias referentes ao desvio de recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, antes da publicação da reportagem de Veja. Também pretendem saber se alguma providência foi tomada, diante da ciência do caso.