Curto-circuito – Nas declarações que tem feito ao longo da campanha, em especial nas que têm por objetivo atingir Marina Silva, presidenciável do PSB, a petista Dilma Rousseff, que busca a reeleição, vem afirmando que assume as responsabilidades.
Tão mentirosa quanto covarde, Dilma está longe de assumir as responsabilidades, principalmente quando o assunto é a crise econômica. Na verdade, a presidente-candidata vem abusando da dualidade discursiva, pois ao mesmo tempo em que garante a manutenção da atual política econômica, caso seja reeleita, promete mudanças no rumo da economia. Ora, não há como mudar algo que seguirá como está. Isso mostra que Dilma é embusteira, como nove entre dez petistas.
Durante os quase quatro anos da sua administração, Dilma, que é festejada por sua claque como economista competente, errou nas mais de duas dúzias de medidas de estímulo à economia. Nenhuma deu resultado, mas a presidente insiste em prometer mudanças que dificilmente ocorrerão. Na verdade, a permanecer a atual política econômica no caso de vitória de Dilma, os brasileiros devem se preparar para mais quatro anos de crise desenfreada. A situação deve piorar sobremaneira porque de agora em diante o setor que está na alça de mira é o de empregos.
Dilma, assim como seus estafetas de plantão, tenta culpar o cenário internacional pela crise que chacoalha o Brasil, mas o motivo desse destempero econômico é genuinamente verde-louro. Para confirmar tal quadro, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira (30) o Índice de Confiança da Indústria (ICI), que entre agosto e setembro registrou recuo de 2,8%, caindo de 83,4 para 81,1 pontos. Em sua nona queda consecutiva, de janeiro a setembro, o índice atinge o menor patamar desde março de 2009, quando registrou 77,1 pontos. Fora isso, o indicador está bem abaixo da média histórica de 104,5 pontos.
Em meados de 2005, quando o escândalo do Mensalão do PT eclodia no palco da política nacional, o ucho.info alertava o governo para o início de um grave processo de desindustrialização. Na ocasião, os palacianos não deram a devida atenção ao assunto, pois a meta maior era tirar o então presidente Lula do olho do furacão, o que só foi possível por causa dos acordos espúrios selados nos subterrâneos do Congresso Nacional.
Fosse pouco, o governo, no afã de estimular a economia sem fazer a lição de casa, decidiu apostar todas as fichas no consumo interno, como se essa fórmula pudesse ser adotada por longos períodos e sem a geração real de riqueza por parte do cidadão. Tudo o que se conseguiu foi estimular o consumo na esteira do crédito fácil, combinação que levou o endividamento familiar a níveis recordes, puxou a inadimplência a patamares preocupantes e alçou às alturas as taxas de juro.
Essa mirabolante estratégia criada por Lula e mantida por Dilma levou o País a um cenário de estagflação, uma vez que o consumo vem caindo de forma contínua e a inflação insiste em resistir às investidas do governo.
Resumindo, se admitir que errou na condução da economia, Dilma perde a eleição. Até porque, mea culpa não é o forte dos petistas. Se mantiver a atual política econômica, caso seja reeleita, o Brasil despencará no precipício. Se implementar as poucas mudanças que vem prometendo, o País continuará andando de lado. Mesmo assim, Dilma lidera as pesquisas de intenção de voto e tem chances crescentes de se reeleger.