Efeito colateral – Para o senador peemedebista Roberto Requião não bastou ser derrotado na disputa pelo governo do Paraná, perdendo o certame para o incompetente Beto Richa (PSDB), que inexplicavelmente conseguiu a reeleição. Requião precisava se mostrar genuflexo e cumprir as ordens do Palácio do Planalto, que continua funcionando como comitê de campanha da presidente Dilma Vana Rousseff.
Na tarde desta quarta-feira (8), no plenário do Senado Federal, Requião pediu a palavra para uma comunicação inadiável. O ex-governador disse que recebera do economista José Carlos de Assis análise, da lavra do também economista Carlos Cosenza, sobre a proposta do presidenciável Aécio Neves, do PSDB, de reduzir a inflação oficial para 3% ao ano.
Disse Requião que a proposta do candidato tucano foi submetida a um “teste de consistência macroeconômica para saber o que seria necessário, matematicamente necessário, para se conseguir esta redução”. Na condição de menino de recados do Palácio do Planalto, o senador paranaense completou: “O resultado foi que, para se reduzir a inflação para 3% rapidamente, é necessário uma taxa de desemprego de 15% e uma taxa de juros de 25% ao ano”.
A incursão de Roberto Requião foi tão pífia, que somente um tresloucado seria capaz de levar a sério a tal comunicação inadiável. Mas o objetivo de sua fala foi atuar como preposto da campanha de Dilma, sem contar que ao estocar Aécio Neves o senador está automaticamente atingindo o governador Beto Richa, seu algoz no último domingo (5).
Nenhum economista, por mais irresponsável que seja, consegue reduzir a taxa de inflação em um passe de mágica. Como Aécio Neves não opera milagres, os brasileiros devem se conscientizar de que minimizar a crise atual exigirá anos a fio de esforço continuado. Sendo assim, Aécio, se eleito, não conseguirá tal feito, assunto que Requião tem conhecimento.
Ainda devendo aos contribuintes do Paraná uma explicação convincente para o uso de dinheiro público para manter uma tropa de 88 cavalos, os quais eram utilizados para passeios matinais do então governador com amigos, no entorno da Granja do Canguiri, Requião deveria se preocupar com assuntos mais sérios, em vez de fazer papel tão pequeno que compromete a imagem do Senado e envergonha a população do seu estado.
Fosse pouco o vexame que protagonizou no plenário do Senado, Roberto Requião encerrou a comunicação inadiável com sua conhecida pequenez: “A comunicação que eu pretendia fazer é exatamente esta, e a minha sugestão é que a equipe econômica da presidente Dilma acesse esse trabalho do economista Carlos Cosenza e utilize, nos programas eleitorais, a desmontagem dessa sandice econômica que, eleito o candidato Aécio Neves, levará o País a uma situação extremamente complicada”.