Reforço extra – Líderes dos partidos de oposição na Câmara dos Deputados (Democratas, PSDB, PPS e Solidariedade) assinaram, nesta terça (14), documento que requer que a Câmara dos Deputados apoie Moção em favor da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal no Paraná, especialmente no âmbito dos procedimentos da “Operação Lava-Jato”, cujos processos tramitam na 13ª Vara Federal Criminal do Paraná.
A Moção de Apoio faz referência direta ao titular da 13.ª Vara Federal Criminal do Paraná, juiz Sérgio Fernando Moro, que preside os processos decorrentes da Operação Lava-Jato. Responsável pela iniciativa de apoiar o juiz Moro, o líder do Democratas, deputado federal Mendonça Filho (PE), não economiza palavras ao criticar a decisão do PT de desacreditar o magistrado junto à opinião pública.
“É inaceitável o que o Partido dos Trabalhadores está fazendo em relação à Justiça Brasileira, que tem atuado com independência durante todo esse processo. O parlamento brasileiro tem que se pronunciar com uma moção de apoio ao trabalho da Justiça Federal, que está cumprindo com seu dever com a Constituição. O juiz Sérgio Moro tem procurado única e exclusivamente promover a justiça no Brasil e punir os culpados nesse grande emaranhado de corrupção que tem como origem principal a Petrobras”, declarou.
Líder do PPS, Rubens Bueno (PR) foi enfático ao defender o devido respaldo às instituições da República encarregadas do controle, fiscalização e investigação do que acontece no Estado e em suas empresas, como é o caso da Petrobras. “Quando há mensaleiro e criminoso ligado ao PT, é tratado pelo partido como herói. Quando há gente séria no país, como o juiz Sérgio Moro, o que o PT faz? Desqualifica um juiz para manter a sua sanha de continuar no poder a qualquer preço. É um terrorismo que o PT tenta fazer com a Justiça como fez na época do mensalão com o Supremo Tribunal Federal”, criticou Bueno.
Há dias, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, coordenador-geral da campanha de Dilma Rousseff à reeleição, acusou Moro de violar a delação de Youssef e de Paulo Roberto Costa. Os depoimentos divulgados desta parte do processo, entretanto, são públicos e não estão sob segredo de Justiça.
À Justiça, os dois principais acusados, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, apontaram o PT, o PMDB e o PP como beneficiários de comissões de até 3% das empreiteiras que assinavam contratos com a estatal. Costa e Youssef destacaram inclusive que o dinheiro desviado foi usado na campanha eleitoral de 2010 e que um dos operadores dos desvios era o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.
De acordo com o texto da Moção assinada pelos líderes da oposição, “a publicidade dos atos processuais garante à sociedade a possibilidade de acompanhamento e fiscalização da atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal”.
“O PT e o governo não querem que as informações dos réus cheguem à imprensa e ao conhecimento das pessoas. O juiz Sergio Moro já afirmou que o que já foi revelado não se trata de vazamentos organizados e sim de dados e relatos de interesse público e que devem ser transmitidos ao país”, enfatiza o texto.