Gleisi Hoffmann ganha a companhia do petista Humberto Costa no “Clube do Milhão” da Petrobras

gleisi_hoffmann_40Dose dupla – Acusada, em outubro passado, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de ter recebido, em dinheiro vivo, R$ 1 milhão do “propinoduto” que funcionava na estatal, denuncia posteriormente confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, Gleisi Hoffmann (PT) não está mais sozinha no “Clube do Milhão”.

A senadora petista acaba de ganhar a companhia do senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco. O petista, segundo denúncia de Paulo Roberto Costa, também levou R$ 1 milhão do carrossel de corrupção e propina da Petrobras, interrompido pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. De acordo com o ex-diretor da estatal, o senador Humberto Costa, a exemplo de Gleisi, também teria embolsado o dinheiro para irrigar o caixa de sua campanha ao Senado em 2010.

Gleisi e Humberto Costa usam o mesmo tom indignado para tentar desmentir a denúncia do delator da Lava-Jato. Ambos só não conseguem explicar porque o ex-diretor da Petrobras e, no caso de Gleisi, também o doleiro Alberto Youssef (que pode ser condenado a até 100 anos de prisão se falhar a delação premiada), correria o risco de mentir à Justiça apenas para comprometê-los. Qualquer informação mentirosa ou não passível de confirmação invalidaria o acordo de delação premiada feito por Paulo Roberto e já referendado pela Justiça.

Quando a denúncia de Paulo Roberto Costa contra Gleisi foi divulgada, em 19 de outubro, a senadora paranaense argumentou que o objetivo seria criar um fato político, dada a sua proximidade com a presidente da República. A tese, pouco sustentável, foi abaixo quando a denúncia do ex-diretor da Petrobras foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef em 5 de novembro, depois das eleições presidenciais.

Youssef não se limitou a confirmar que Gleisi levou R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras. Deu detalhes importantes, entre os quais que o dinheiro foi entregue em quatro parcelas, em dinheiro vivo, em um shopping popular em Curitiba.

A denúncia formulada contra Gleisi é bastante detalhada. O ex-diretor da Petrobrás disse que o repasse de R$ 1 milhão para a campanha da senadora “se comprova” na inscrição que ele próprio lançou em sua agenda pessoal, apreendida pela Polícia Federal no dia 20 de março, três dias depois da deflagração da Operação Lava-Jato.

Em uma página do caderno de Costa consta, entre outros registros, a seguinte anotação: “PB 0,1”. Segundo o delator, o registro significa “Paulo Bernardo, R$ 1 milhão”. Youssef, por sua vez, afirmou que os valores foram entregues por um emissário de confiança ao empresário indicado por Bernardo. O tal emissário do doleiro não teve o nome revelado.

Os investigadores da Lava-Jato acreditam que a quantia de R$ 1 milhão destinada à campanha de Gleisi em 2010 foi entregue em espécie. Eles procuram o estafeta de Youssef, responsável pela entrega do dinheiro, para confirmar os pagamentos.

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