Velório econômico – A cada novo dia fica provado que Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, mentiu de forma acintosa durante a campanha eleitoral. De igual modo, a petista conseguiu arruinar a economia brasileira em menos de quatro anos, mesmo se apresentando à população como uma economista renomada. Ao longo da corrida presidencial, Dilma disse que a economia nacional estava em franca recuperação e que a crise era fruto do pessimismo daqueles que apostam no “quanto pior, melhor”.
Que Dilma sofre de mitomania profunda todos sabem, mas é impossível conviver com a devastadora irresponsabilidade administrativa de um governo incompetente, paralisado e corrupto. A economia verde-loura está a um passo do despenhadeiro da crise, mas os palacianos continuam emoldurados por uma soberba nauseante, como se o Brasil fosse a réplica tropical do país de Alice, aquele das maravilhas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial ficou estagnada em outubro, na comparação com o mês anterior. Ou seja, a indústria andou de lado na passagem de setembro para outubro. Com esse número divulgado pelo IBGE, o setor industrial acumula queda de 3% nos 10 meses do ano. No acumulado dos últimos 12 meses, o recuo é de 2,6%, o mais intenso desde setembro de 2012, quando a queda foi de 2,9%. Em relação a outubro de 2013, a queda é de 3,6%.
Para o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Luiz Macedo, o resultado nulo de outubro, que aparentemente mostra estabilidade, não muda a tendência de queda do setor. “Embora haja estabilidade, já há claramente um predomínio de resultados negativos. Embora haja repetição do patamar que a indústria operava no mês anterior [-0,2% em setembro], já há um número evidente de segmentos mostrando algum tipo de recuo nessa produção”, afirma Macedo.
De acordo com o levantamento do IBGE, 16 dos 24 setores industriais pesquisados registraram queda em outubro na comparação com setembro. “Aqui [no resultado do mês de outubro] não há nenhum tipo de influência de efeito calendário. Esse é o oitavo mês consecutivo de queda para esse tipo de comparação para a indústria geral. Tenho todas as categorias econômicas com resultados negativos [na comparação com outubro de 2013]”, destacou o especialista. De acordo Macedo, a soma de bens intermediários com bens de capital representa 70% do total da indústria.
O gerente de Coordenação de Indústria do IBGE alertou para o fato que, de março a junho, o total da indústria apresentou perda acumulada de 3,2%. Contudo, de junho a outubro, houve ganho acumulado de 1%. “Mesmo com algum tipo de melhor, é insuficiente para repor as perdas concentradas de março ao mês de julho”, diz Macedo.
“Claro que há redução da demanda doméstica, da demanda interna. E combinado com a questão dos estoques mais acentuados, justifica muito desse comportamento mais moderado que a indústria mostra nesses últimos meses [setembro e outubro]”, afirma.
O UCHO.INFO volta a lembrar que em 2005 alertou o governo sobre os primeiros movimentos de um perigoso processo de desindustrialização. Na ocasião, o Palácio do Planalto estava preocupado com os efeitos colaterais do Mensalão do PT e a assessoria palaciana lutava para evitar que o então presidente Luiz Inácio da Silva fosse alvo de um processo de impeachment, o que não aconteceu por incompetência da oposição.
O máximo que os integrantes da cúpula do governo conseguiram fazer foi acusar o UCHO.INFO de torcer contra o Brasil, como se um processo de desindustrialização facilmente constatado não merecesse atenção. O tempo passou e lamentavelmente a indústria brasileira vive um dos piores momentos da sua história, sendo atropelada diuturnamente por uma avalanche de produtos importados, única saída que o governo encontrou para suprir uma demanda que repentinamente surgiu em cena na esteira da sandice de governantes populistas.