Lava-Jato: Justiça aceita nova denúncia contra nove acusados; executivos da OAS estão no rol

policia_federal_12Beco da corrupção – Responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Fernando Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou, nesta segunda-feira denúncia contra nove pessoas acusadas de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os acusados são ligados à empreiteira OAS e à MO Consultoria. Nesse novo lote de denunciados (são cinco ao todo) estão o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Na última quinta-feira (11), a força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná ofereceu denúncia contra 36 investigados na sétima fase da Operação-Lava Jato, todos presos durante a Operação Juízo Final.

Fruto das denúncias feitas pelo editor do UCHO.INFO, jornalista Ucho Haddad, e pelo empresário Hermes Magnus, em janeiro de 2009, a Operação Lava-Jato foi deflagrada para investigar e implodir um esquema criminoso de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, superfaturamento de contratos e corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras. Na última sexta-feira (12), o juiz Moro já havia acolhido denúncia contra nove acusados, entre os quais quatro executivos da construtora Engevix, o que despejou boa dose de desespero sobre o Palácio do Planalto, com direito a tirar o sono de alguns palacianos.

Na lista dos que tiveram a denúncia aceita nesta segunda-feira (15) pelo juiz Sérgio Moro estão o doleiro Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), Waldomiro de Oliveira (dono da MO Consultoria), João Alberto Lazzari (representante da OAS), Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da área internacional da OAS), Fernando Augusto Stremel Andrade (funcionário da OAS), José Adelmário Pinheiro Filho (presidente da OAS), José Ricardo Nogueira Breghirolli (elo de Youssef com a OAS) e Mateus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário da OAS).

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A partir da aceitação da denúncia, os investigados são considerados réus nos vários processos da Lava-Jato. Das 36 pessoas denunciadas pelo MPF, 23 são ligadas às empreiteiras Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, OAS e UTC.

Em mais uma prova de que o fôlego dos integrantes da força-tarefa está apenas no começo, o MPF denunciou, nesta segunda-feira, Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras; Fernando Soares, o lobista conhecido como Fernando Baiano; Júlio Camargo, executivo da empresa Toyo Setal. O doleiro Alberto Youssef também foi denunciado.

O MPF adotou uma estratégia de denúncia, absolutamente legal, que coloca em situação de extrema dificuldade os acusados, todos denunciados por lotes. Fora isso, o MPF não denunciou os acusados à sombra da tese do crime continuado, mas tendo por base cada transgressão legal cometida. Como já noticiou o UCHO.INFO, muitos dos réus, se condenados, serão alvo de penas de prisão que certamente ultrapassarão dez anos.

Sérgio Fernando Moro deve aceitar nos próximos dias denúncias contra o restante da quadrilha, cujos muitos integrantes ainda encontram-se presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. A tendência, com a aceitação da denúncia, é que os acusados sejam transferidos para presídios comuns, até porque a carceragem da PF não pode ser transformada em presídio de luxo para criminosos do colarinho branco. A partir de então, os familiares dos quadrilheiros sentirão na pele o que representa visitar um parente preso. Ou seja, o desfile de roupas e objetos de marcas caras e famosas, como tem ocorrido na PF, em Curitiba, está com os dias contados. No contraponto, a Justiça poderá conceder habeas corpus aos presos, o que até agora não aconteceu, apesar das seguidas tentativas dos advogados dos investigados na Operação Lava-Jato.

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