Petrolão: relatório paralelo da CPMI da Petrobras pede o indiciamento de Gleisi e Paulo Bernardo

gleisi_hoffmann_52Mesa da amargura – O relatório paralelo produzido pela oposição para a CPMI da Petrobras se contrapôs ao documento pífio produzido pelo relator da CPMI, o deputado federal petista Marco Maia (RS), que mesmo revisado limitou-se ao indiciamento de nomes irremediavelmente chamuscados pelo escândalo do Petrolão, como Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque, além dos ex-gerentes Pedro Barusco e Silas Oliva.

O relatório paralelo, apresentado na quarta-feira (17) pela oposição, vai direto ao ponto. Além de pedir o afastamento imediato da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e de toda a diretoria da estatal, aponta para o núcleo político do Petrolão. Com destaque para o deputado cassado André Vargas (sem partido-PR); o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), alvo de processo de cassação; Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades; e João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Todos tiveram o indiciamento recomendado.

Mais importante, o documento pede que o Ministério Público instaure inquérito policial contra 36 pessoas citadas nas investigações, entre elas, políticos como Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff; Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde e líder do PT no Senado; Fernando Collor de Mello (PTB-AL); o ex-deputado federal Sérgio Guerra (PSDB-PE), morto no início deste ano; além do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo da Silva, marido de Gleisi Hoffmann.

Do grupo apontado pelo relatório da oposição, o nome que desponta com o mais alto nível de comprometimento é o de Gleisi Hoffmann. Única envolvida que teve sua participação citada nos depoimentos dos delatores Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, assunto que vazou com detalhes para a imprensa. De acordo com os depoimentos de Costa e Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, em 2010, atendendo a um pedido de Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento, destinou R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado Federal. O dinheiro foi providenciado pelo doleiro Alberto Youssef e entregue, em espécie e em quatro parcelas de R$ 250 mil, em um shopping center no centro de Curitiba.

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Medo e tirania

O medo de Gleisi Hoffmann de ser alcançada pelas investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, é tamanho, que a senadora recentemente fez uma peregrinação por gabinetes do Senado para pedir aos colegas de Parlamento que evitassem ao máximo sua convocação para depor na CPMI da Petrobras. Desde que seu nome surgiu no rastro do Petrolão, Gleisi tem evitado falar sobre o assunto, até porque sabe que o estrago está consumado.

No final de 2013, quando os escândalos de corrupção que desaguaram na Operação Lava-Jato eram tratados pela imprensa nacional como um devaneio jornalístico do UCHO.INFO, a senadora Gleisi Hoffmann decidiu intimidar o editor do site, que abriu espaço para noticiar a barbaridade em que se transformou a nomeação do pedófilo Eduardo Gaievski para o cargo de assessor especial da Casa Civil. Amigo de longa data do casal Gleisi e Paulo Bernardo, o também petista Gaievski foi incumbido de cuidar das políticas federais para crianças e adolescentes. Ou seja, Gleisi colocou a raposa para tomar conta do galinheiro, ciente de que Eduardo Gaievski era investigado por dezenas de estupros de adolescentes, alguns contra vulneráveis (menores de 14 anos).

Não obstante, Gleisi, incomodada com as muitas notícias do UCHO.INFO sobre o caso que ainda não mereceu um comentário da presidente Dilma Rousseff, pediu a jornalistas paranaenses para destruir a imagem do editor, como se o Brasil não fosse uma democracia. Gleisi fracassou em sua covarde empreitada, pois o UCHO.INFO é muito mais respeitado como veículo de comunicação do que imagina a senadora que tornou-se conhecida como “Barbie da Tríplice Fronteira”.

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