Nada como o tempo – Nesta terça-feira (30), o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, anunciou, na capital federal, que o Exército permanecerá no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, até junho de 2015. A previsão inicial era de que os militares atuariam no policiamento ostensivo da comunidade até o fim deste ano. Trata-se da terceira vez que o prazo de atuação das Forças Armadas é estendido.
A partir de abril de 2015, policiais militares começarão a ocupar, de forma escalonada, o conjunto de favelas até substituir pro completo, até junho, os cerca de 2,5 mil homens do Exército que atuam na região.
“Haverá a permanência das tropas até março e, a partir de então, começará a substituição das tropas até junho”, afirmou Cardozo após participar de reunião, em Brasília, com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O acordo que oficializa a permanência do Exército no complexo da Maré deverá ser assinado no próximo dia 7 de janeiro.
O general José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, que também participou da reunião, explicou que, em abril, será editado um decreto estabelecendo a retirada de 300 homens. Na sequência, novos decretos serão publicados de maneia sucessiva até a retirada total dos militares, o que está previsto para acontecer em junho.
A saída dos militares do complexo de favelas na capital fluminense deve ser por pouco tempo, pois em 2016 o Rio de Janeiro sediará os Jogos Olímpicos, o que exigirá reforço da segurança pública. Isso deverá acontecer com antecedência, evitando que os traficantes armazenem drogas para serem comercializadas durante o evento esportivo.
De nada adianta a permanência de tropas federais ou estaduais nas favelas do Rio de Janeiro, assim como em outras áreas degradas socialmente em todo o País, se o governo central não combater com a devida firmeza o tráfico de drogas na chamada fronteira seca brasileira. Nos quase 17 mil quilômetros de fronteira passam diariamente drogas e armas, que abastecem as organizações criminosas que atuam nas principais cidades do País.
Lamentavelmente, o Brasil tornou-se o maior consumidor de cocaína do planeta, situação que só é possível com a participação dos produtores da droga na Bolívia, onde organizações criminosas verde-louras atuam diretamente e sem intermediários. Para que os leitores saibam a extensão do estrago que representa a complacência do presidente da Bolívia, Evo Morales, com os traficantes locais, o país vizinho produz anualmente 300 toneladas de cocaína, contra 50 toneladas produzidas antes da chegada do índio cocalero ao poder.
Em julho de 2007, dias antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse que encerrado o evento esportivo a Cidade Maravilhosa teria o melhor sistema de segurança do País. À época, Lula fez tal declaração para justificar o gasto de dinheiro público com a aquisição de novas viaturas policiais. Sete anos se passaram e o Rio continua inseguro e refém dos traficantes. Ou seja, o ex-metalúrgico mentiu sem cerimônia, o que igualmente faz a presidente Dilma Rousseff.