União faz a força – O PPS, o PSDB, o PSB e o PV oficializarão na sexta-feira (30) um bloco parlamentar que reunirá 106 deputados e trabalhará até o próximo domingo, 1º de fevereiro, pela eleição de Júlio Delgado (PSB-MG) para a presidência da Câmara dos Deputados. Os líderes do PPS, Rubens Bueno (PR), e do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), reafirmaram, na tarde desta quinta-feira (29), ao lado do candidato, o apoio de seus respectivos partidos. O PV, que não participou do encontro, também garantiu o apoio.
Júlio Delgado garantiu que sua candidatura é pautada pela independência do Parlamento diante do Executivo e disse que, ao contrário do que tentam vender para imprensa, ele está firme na disputa. O líder do PPS, por sua vez, destacou que a escolha por Júlio Delgado era coerente com a posição que todos os partidos que o apoiam tiveram na última eleição. “Essa é a candidatura da oposição”. Já o líder do PSDB garantiu ainda que Delgado tem amplo apoio de sua bancada porque apresentou as melhores propostas para presidir a Câmara dos Deputados.
O ato que selará o bloco, cujo horário ainda será definido, contará com a presença dos presidentes do PPS, deputado Roberto Freire (SP); do PSDB, senador Aécio Neves (MG); do PSB, Carlos Siqueira; do PV, deputado José Luiz Penna (SP), e de parlamentares das quatro legendas.
O mineiro Júlio Delgado ganhou destaque no Parlamento, ao longo dos últimos dez anos, na esteira da relatoria de pelo menos dois casos polêmicos de quebra de decoro parlamentar, que terminaram em cassação. O primeiro deles, ainda em 2005, foi o do então deputado José Dirceu de Oliveira e Silva, ex-chefe da Casa Civil, acusado de comandar os gatunos do escândalo do Mensalão do PT. No Conselho de Ética da Câmara, Julio Delgado concluiu o relatório defendendo a cassação de Dirceu, que anos depois foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470 e atualmente cumpre pena de prisão domiciliar.
Outro caso polêmico que chegou no Conselho de Ética e acabou nas mãos de Júlio Delgado foi o do agora deputado cassado André Vargas, que por conta do seu envolvimento com Alberto Youssef, o doleiro da Operação Lava-Jato, acabou perdendo o mandato parlamentar. Vargas negou até o último instante sua ligação com Youssef, mas reconheceu que viajou com a família para o Nordeste em um jato fretado pelo doleiro.