Efeito contínuo – a Na terça-feira (7), durante café da manhã, em Brasília, com conhecido líder evangélico, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que Michel Temer cometeu um grave erro ao aceitar o convite para comandar a articulação política do governo federal. Se para muitos Cunha foi, no passado, homem de confiança do vice-presidente da República, atualmente tem se mostrado independente e disposto a mandar seguidos recados ao Palácio do Planalto. Todos acompanhados de derrotas acachapantes.
Enquanto Dilma crê que, ao transferir a articulação política de seu desgoverno para Temer, deu o troco em Eduardo Cunha e Renan Calheiros, o PMDB continua firme no propósito de manter o sangramento do PT. Isso porque o partido cansou de fazer o papel da “noiva” e quer participar a corrida presidencial de 2018 com candidato próprio.
Entre as muitas derrotas que o PMDB impôs ao Palácio do Planalto nesta semana, a primeira foi a decisão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de avalizar matéria que reduz para 20 o número de ministérios. Ou seja, Dilma terá de fazer um corte de 50% no primeiro escalão do governo. A matéria só não foi a plenário porque na fila estava o Projeto de Lei 4330/2004, que oficializa a terceirização de mão de obra em todo o País.
A segunda derrota foi a aprovação do texto principal da Lei da Terceirização. O Palácio do Planalto recomendou à base aliada voto contra o PL 4330, mas a matéria foi aprovada por larga maioria, aumentando o sabor acre da derrota imposta ao governo, que depois de cortar direitos trabalhistas, como forma de viabilizar o ajuste fiscal, decidiu enganar a classe trabalhadora com um discurso oportunista e embusteiro. Isso porque as centrais sindicais precisam estar sob controle, principalmente porque o governo da “companheira” Dilma está a poucos passos da agonia.
A terceira derrota do governo, na semana, capitaneada por Eduardo Cunha foi o sinal verde dado pelo plenário da Câmara para a total transparência dos contratos de financiamento do BNDES, em especial os internacionais. Essa decisão coloca o governo em nova berlinda, pois Dilma priorizou nos últimos anos o apoio político e financeiros aos “bolivarianos” da América Latina.