Conexão suspeita – Durante audiência no Senado Federal, nesta terça-feira (14), com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, o líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), apresentou dados que revelam a associação entre as empresas que receberam financiamento do banco e as doações de campanha para o PT. Conforme também ressaltou o parlamentar, ao eleger determinadas empresas “campeãs” e financiá-las a juros subsidiados, o BNDES também contribuiu para gerar desequilíbrio e monopólio no mercado nacional. O debate aconteceu na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
“Houve um ‘casamento íntimo’ entre os empréstimos do BNDES e as campanhas eleitorais. Uma dessas empresas, o grupo JBS, fez doações de R$ 368 milhões na última campanha, sendo R$ 144 milhões para o PT. Essa foi a mesma empresa que dizimou os pequenos frigoríficos no meu estado de Goiás e na região Centro-Oeste. Pergunto: o Conselho de Administração do BNDES, que tem 27% das ações do JBS, foi consultado antes de fazer essa doação eleitoral? Por que esse dinheiro não foi passado para os acionistas minoritários em vez de bancar campanhas?”, questionou.
Empréstimos internacionais
Ronaldo Caiado também trouxe dados em relação à mudança de rumo que o BNDES tomou a partir de 2007, quando cinco países passaram a receber 57% dos recursos internacionais. O período coincide com o início da gestão de Luciano Coutinho à frente da instituição.
“De 2007 a 2014, 57% dos financiamentos foram direcionados a Cuba, Angola, Argentina, República Dominicana e Venezuela, justamente quando crescia um movimento de esquerda nessas nações de influência do Brasil. Rezaram na cartilha do Foro de São Paulo e o BNDES passou a ter uma importância ímpar nesse processo de desestabilização de nações na América Latina e na África”, acusou.
O senador ainda apresentou informações sobre dois empréstimos caracterizados como sigilosos e um como ultra-sigiloso feitos para Venezuela, Cuba e Angola.
“Empréstimos sigilosos justamente para os países mais corruptos e mais alinhados a esse esquema montado pelo PT que tem o governo brasileiro como principal financiador. Isso não tem o menor cabimento, ministro”, afirmou.
CPI do BNDES
Ao final, Caiado afirmou que continua lutando para a instalação da CPI do BNDES, mesmo com a operação do governo que retirou seis assinaturas no momento em que o documento foi protocolado no Senado.
“Tenho que reconhecer o ‘prestígio’ do presidente do BNDES. Em 10 minutos conseguiu tirar seis assinaturas da CPI que juntei meses para coletar. Mas continuo em busca de mais senadores para abrimos esses empréstimos secretos e ultrassecretos de um banco que deveria se preocupar em financiar as pequenas empresas em vez de fomentar financiadores de campanhas eleitorais”, concluiu.