Ameaça nova – Nos próximos dias, o ebola deve entrar na lista de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Uma mulher na Libéria pode ter contraído o ebola após ter feito sexo sem camisinha com um homem infectado com o vírus.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a descoberta não é conclusiva. Entretanto, a cronologia dos acontecimentos sugere que a mulher tem ebola devido ao sêmen de um sobrevivente da epidemia.
A liberiana foi diagnosticada com a doença em março, uma semana após ter relações sexuais com um homem que teve o vírus em setembro de 2014.
De acordo com o CDC, pessoas já infectadas pelo ebola continuam abrigando o vírus durante algum tempo. Apesar de o vírus não ter sido encontrado no sangue do homem infectado, a presença do ebola foi confirmada em uma amostra de seu sêmen.
No caso da mulher, o vírus foi isolado do sêmen 82 dias após o início dos sintomas para a realização de uma bateria de exames. O RNA do vírus foi detectado no esperma 101 dias depois dos primeiros sinais da doença.
Além disso, segundo o CDC, pedaços do vírus do sêmen e da mulher parecem se encaixar quase perfeitamente. Já nos anos 90, pesquisas relataram que o ebola já foi encontrado em espermas e que poderia ser considerado uma DST.
O vírus pode ser contraído a partir de fluidos, como a saliva e o suor, de pessoas contaminadas. Mas, o exemplo da liberiana pode ser o primeiro caso confirmado de transmissão sexual do vírus.
O CDC alerta que os sobreviventes que contraíram o ebola utilizem a camisinha durante o coito ou não façam sexo até que novas pesquisas concluam se a transmissão sexual do vírus é possível.
A Libéria foi um dos países que mais sofreu com a doença. Mais de 4.600 morreram de ebola desde que a epidemia começou na localidade em março de 2014. (Por Danielle Cabral Távora)