Pedido de impeachment de Dilma esbarrou na guerra de interesses travada entre o PMDB e o PSDB

dilma_rousseff_505Subterrâneos do poder – Diferentemente do que pensam os brasileiros inconformados com o estado de coisas do Brasil, alguns partidos políticos da oposição se aproveitaram da indignação popular para ganhar visibilidade no noticiário nacional, até porque desde a chegada do PT ao Palácio do Planalto nada foi feito para impedir a débâcle que há muito contemplamos.

Sabem os leitores que o UCHO.INFO entende que não há, pelo menos no atual mandato da presidente Dilma Rousseff um fato determinado que justifique um pedido de impeachment, mas parlamentares da chamada base aliada revelaram ao editor do site que há, sim, possibilidade concreta de o impedimento da petista prosperar no Congresso Nacional.

Em conversa reservada com o editor, um senador da República que integra a base aliada, mas vez por outra vota contra o governo, não apenas disse que o impeachment é possível, como afirmou que a presidente não tem mais condições de continuar no cargo, pois a crise político-institucional só aumenta. No diálogo, durante almoço na capital dos brasileiros, o senador lembrou que a crise econômica vem piorando a situação de Dilma Rousseff, que perdeu o comando do País para alguns políticos experimentados e ávidos pelo poder.

O impasse em torno do pedido de impeachment de Dilma encontra sustentação em interesses partidários divergentes, o que coloca o Brasil em compasso de espera, enquanto o País derrete no vácuo de crises graves e preocupantes, além da quase paralisia econômica, o que tem levado o brasileiro a perder o sono.

No caso, a grande questão está no fator tempo, assunto que tem divido opiniões entre partidos. Por um lado está o PSDB, derrotado na corrida presidencial de 2014, que insiste no imediato pedido de impeachment, pois sabem os tucanos que com a eventual saída de Dilma o presidente da Câmara dos Deputados terá de convocar eleições em trinta dias. Isso daria ao PSDB a possibilidade de mais uma vez disputar a Presidência da República, correndo o risco de ser novamente derrotado se o candidato for o pífio Aécio Neves, senador por Minas Gerais.

No contraponto está o PMDB, que trabalha com a hipótese do impeachment, mas deseja que isso ocorra dentro de alguns meses, já que faltando menos de dois anos para a conclusão do atual mandato cabe ao vice-presidente assumir o Executivo federal, no caso Michel Temer. Considerando a possibilidade de o impeachment acontecer antes da metade do mandato, Temer, mesmo que quisesse concorrer ao cargo, seria derrotado nas urnas de forma fragorosa. Sem contar que o PMDB não tem, pelo menos por enquanto, um nome capaz de despertar o interesse dos eleitores.

Independentemente dos interesses desse ou daquele partido, o mais importante é que nesse turbilhão político que se instalou na Praça dos Três Poderes há a possibilidade real de o impeachment prosperar, apesar do esforço dos palacianos para “comprar” os aliados como forma de impedir o pior.

Por outro lado, se o impeachment de Dilma ocorrer dentro de alguns poucos meses, até 31 de dezembro de 2016, o Brasil correria o risco de ter Lula de volta no Palácio do Planalto. Não por acaso, o ex-metalúrgico já trabalha de maneira incessante nos bastidores para viabilizar sua candidatura ao Planalto. Com tanto tempo de antecedência, Lula da mostras de que aposta em eventual impeachment de Dilma.

apoio_04