Esperto, Marco Polo Del Nero aprova mandato de oito anos na CBF, mas só para seu sucessor

marco_polo_05Nata da malandragem – O atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, decidiu tomar a iniciativa de limitar os mandatos na entidade, em meio à crise que se instalou na entidade desde a operação do Federal Bureau of Investigation (FBI), que prendeu, na Suíça, o canhestro José Maria Marin.

Entretanto, a medida não servirá para Del Nero, visto que em Assembleia Geral, realizada nesta quinta-feira (11) no Rio de Janeiro, as federações aprovaram por unanimidade que a restrição começa a funcionar a partir das próximas eleições. Assim, caso o cartola queira continuar, e consiga apoio, poderá ficar, ao todo, 12 anos à frente da entidade futebolística nacional que foi transformada ao longo dos anos em uma usina de corrupção e outros crimes.

É importante lembrar que o primeiro mandato de Del Nero terminará em 2019, quando, então, seria a sua primeira candidatura nesse novo formato. A recondução seria em 2023, terminando em 2027, quando ele terá 86 anos.

A diretoria da CBF se negou a comentar o assunto antes da Assembleia. Ainda se recusou a falar sobre qual seria a proposta oficial da gestão.

Ao adotar a medida, a ideia é que as federações sigam o mesmo caminho, limitando em seus estados, com a permissão de só fazer isso a partir do próximo pleito.

A estratégia de Marco Polo Del Nero de convocar uma reunião extraordinária da CBF serviu não apenas para garantir sua permanência no cargo, mas para evitar, com o apoio das federações estaduais, a possibilidade de uma intifada, já que cresce nos bastidores para que o cartola deixe o comando do futebol nacional. Del Nero já disse que ficará no cargo até o último dia do mandato, o que significa, com base na nova regra, que o golpe foi consumado.

Se Marco Polo resistirá à pressão exercida por alguns destacados desafetos não se sabe, mas é preciso avaliar o que é “menos pior” nesse momento. A permanência de Del Nero ou a chegada de alguém ligado ao governo federal, já que o Palácio do Planalto faz pressão, não é de hoje, para tomar de assalto a CBF. A rixa entre Dilma Rousseff e a CBF começou por ocasião da eleição de José Maria Marin, que sucedeu o também enrolado Ricardo Terra Teixeira. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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