PSDB já pede renúncia de Dilma, enquanto o TCU pode rejeitar contas da presidente por unanimidade

dilma_rousseff_534Papo furado – Nesta quinta-feira (2), a coluna Painel, do jornal “Folha de S. Paulo”, informou que após reuniões internas o PSDB decidiu que passará a cobrar publicamente a renúncia de Dilma Rousseff, que está sem apoio político e popular para continuar no comando do País.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente nacional dos tucanos, já autorizou o novo tom, porém, pelo menos de início, não deve falar pessoalmente sobre o assunto. Até então, o assunto só estava sendo adotado pelo Democratas, como noticiou o UCHO.INFO na edição de quarta-feira (1), após a divulgação dos resultados da mais recente pesquisa CNI/Ibope, que apontou a aprovação do governo Dilma na casa de 9%.

Os tucanos apostam nas suspeitas levantadas pela delação de Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, sobre as doações da última campanha de Dilma, acreditando que o Tribunal de Contas da União (TCU), além da rejeição das contas da presidente, recomende a cassação da petista.

Os ministros do TCU descartam a medida extrema, entretanto acreditam que o placar pró-Dilma – antes estimado em três votos – não é mais certo e a rejeição pode até ser unânime.

O parecer da Secretaria de Recursos do TCU recomenda que o ministro Vital do Rêgo conceda medida cautelar para tirar o efeito suspensivo do recurso da União no caso das “pedaladas fiscais”, que configuram crime de responsabilidade. Caso o ministro acate a recomendação, ficará quase impossível Dilma Rousseff permanecer na Presidência da República, visto que a rejeição das contas do ano passado abre caminho para o impeachment.

O PSDB já deixou claro que prefere a cassação ao impedimento. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarou há alguns dias que “se o TCU reprovar as contas do mandato anterior, não quer dizer nada. Se há práticas neste mandato condizentes com improbidade, é outra história. Impeachment é uma coisa grave”.

Senadores da oposição disparam na tribuna, na quarta-feira, frases contundentes: “Para que o Brasil tenha seu sofrimento abreviado, renuncie, Dilma Rousseff!” (Cássio Cunha Lima, líder dos tucanos na Casa) e “Se Dilma tivesse um gesto de estadista, pelo bem dos brasileiros neste momento, ela renunciaria. Dilma tem que entender que chegou ao fim, não dá mais!” (Ronaldo Caiado, do Democratas de Goiás).

Conversa fiada

É importante destacar que o PSDB não tem cacife político para cobrar a renúncia de Dilma Rousseff, pois ao longo de doze anos atuou de maneira pífia e vexatória na liderança de uma oposição que deveria ser mais firme e centrada. Foi por causa das vãs filosofias dos tucanos que o agora lobista Lula não foi apeado do cargo à época do Mensalão do PT, pois ficou comprovado que o partido fez no exterior alguns pagamentos da campanha de 2002, como, por exemplo, o do marqueteiro Duda Mendonça, que confirmou o ilícito em depoimento à CPMI dos Correios.

O PSDB é tão fraco como partido de oposição, que pensa primeiro nos próprios interesses, quando deveria dar prioridade aos anseios de uma nação que está sendo corroída pela incompetência e paralisia de um governo perdulário e corrupto. Até recentemente, o PSDB trabalhava pelo imediato impeachment de Dilma, o que daria ao partido, derrotado na eleição de 2014, o direito de disputar novamente a Presidência da República. Isso porque, caso o impedimento ocorra antes da primeira metade do mandato de Dilma, o presidente da Câmara dos Deputados será obrigado a convocar novas eleições em no máximo trinta dias.

No caso de o eventual impeachment de Dilma ocorrer na segunda metade do mandato – pode ser no primeiro dia da segunda metade – quem assumiu o comando do País é vice Michel Temer, assunto pelo qual o PMDB trabalha de maneira intensa nos bastidores do poder.

Como realidade política, ao contrário do que apontam as pesquisas de opinião, não dá ao PSDB as condições necessárias para disputar nova eleição com larga chance de vitória, sem contar que o tucanato está sempre rachado, o partido mudou o discurso e agora defende a cassação da candidatura de Dilma, apenas porque dessa forma enfraquece o PMDB, que no Congresso vem impondo seguidas derrotas a Dilma, desidratando a petista diante da opinião pública.

Fora isso, Aécio Neves é um incompetente reconhecido inclusive no nino tucano, que conseguiu a proeza de perder uma eleição para alguém como Dilma. Ademais, o líder dos tucanos ocupa as tribunas oposicionistas como se estivesse discursando nas pequenas e interioranas cidades mineiras. Aécio é um político mimado que cresceu à sombra do avô, Tancredo de Almeida Neves, e fez da sua essência de playboy um fato supostamente positivo. Sempre lembrando que entre administrar Minas Gerais e governar o Brasil há uma abissal e extensa diferença. E só não enxerga quem está acostumado à enganação. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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