Mentira oficial – Nesta segunda-feira (6), o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que Dilma Rousseff não está preocupada com as movimentações da oposição sobre um possível impeachment. O peemedebista ainda afirmou que a petista considera isso “algo impensável”.
Enquanto Temer tenta minimizar o que classifica erroneamente como “impensável”, a crise que chacoalha o Palácio do Planalto cresce a cada dia, como tem afirmado o UCHO.INFO nos últimos dias. Tanto é assim, que nesta segunda-feira foram marcadas duas reuniões da cúpula do governo, algo que raramente acontece.
Temer ressaltou, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, após reunião da coordenação do governo com Dilma, que permanecerá à frente articulação política, estando designado pela presidente para ocupar o cargo ou não.
Desde que assumiu a função, sem aceitar o comando da Secretaria de Relações Institucionais, decisão prudente, Michel Temer tem sido alvo de frequentes ataques nos bastidores, a maioria coordenada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, alijado das mais importantes decisões políticas do governo como forma de minimizar as áreas de conflito.
Pelo fato de o Brasil ainda ser uma democracia, que como tal garante a livre manifestação do pensamento, Michel Temer e Dilma Rousseff podem despejar sobre a opinião pública qualquer inverdade, mas a realidade é bem distante da destilada pelo vice-presidente.
Dilma está sem apoio político e há muito vem perdendo apoio popular, como têm demonstrado as pesquisas de opinião, o que torna a governabilidade ainda mais difícil. Como se não bastasse a crise econômica que tira o sono dos brasileiros e tinge o horizonte com o negrume da desesperança, o governo é obrigado a enfrentar uma crise institucional sem precedentes, cenário que piora sobremaneira com as incursões peçonhentas de Luiz Inácio da Silva, o alarife lobista, nos bastidores.
Com a população nutrindo temor em relação ao futuro e prevendo uma piora da crise em função do pacote de ajuste fiscal, Dilma não tem muito a comemorar, assim como não deveria exalar excesso de tranquilidade, uma vez que sua situação é grave e com chance de, em algum momento, culminar com um pedido de impeachment ou de cassação do registro de sua candidatura por causa dos desdobramentos nefastos do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história nacional.
Por questões óbvias Dilma não faria discurso contrário, mas Michel Temer sabe que a situação da presidente é grave. Prova disso é o movimento do PMDB, partido de Temer, na direção do PSDB, principal partido da oposição, se é que assim pode ser chamado o grupo de adversários do governo do PT. Nos últimos dias, caciques peemedebistas rumaram na direção do tucanato para sondar sobre uma possível chegada de Temer ao comando do País. Isso porque no partido a queda de Dilma é uma questão de tempo. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)