Minuto de silêncio – Morreu nesta sexta-feira (10), aos 83 anos, no Cairo, o ator egípcio Omar Sharif, que ganhou fama internacional ao estrelar nos filmes épicos “Doutor Jivago” e “Lawrence da Arábia”.
Nascido em Alexandria como Michel Demitri Shaloub, o eterno Sharif, sofria de mal de Alzheimer e morreu em um hospital da capital egípcia após sofrer um ataque cardíaco, informou seu agente, Steve Kenis.
Sharif tornou-se a maior estrela de bilheteria do Egito após ter sido selecionado para atuar como coadjuvante em “Lawrence da Arábia”, de 1962. Que na condição de coadjuvante dividiu a tela com Peter O’Toole. Mas Sharif não foi a primeira opção do diretor David Lean para o papel de Sherif Ali. O ator originalmente escolhido, Alain Delon, foi dispensado por não ter a cor dos olhos apropriada.
O produtor do filme foi ao Cairo em busca de um substituto e encontrou Sharif, que provou ser fluente em inglês e conseguiu o papel. O filme lhe rendeu uma indicação ao Oscar na categoria de melhor ator coadjuvante.
Nos anos que se seguiram, Omar Sharif mostrou ser um ator versátil e desempenhou o papel principal em “Doutor Jivago”, de 1965, certamente o maior sucesso de sua brilhante careira. O eternizado personagem era um médico e poeta que passa pela Primeira Guerra Mundial e pela Revolução Russa de 1917, sobrevivendo através de sua arte e de seu amor por Lara.
Apesar de, após os dois filmes, Sharif não ter alcançado o mesmo sucesso novamente, ele continuou sendo um ator requisitado por muitos anos, em parte graças a sua habilidade de interpretar pessoas de diferentes nacionalidades.
Fluente em árabe, inglês, francês, grego, italiano e espanhol, ele foi o argentino Ernesto Guevara em “Che!” e o italiano Marco Polo em “Marco the Magnificent”, por exemplo. Ouros bons filmes estrelados por Sharif são: “Funny Girl – A Garota Genial” (1968) e “Mar de Fogo” (2004). Seu último filme foi “Um Castelo na Itália” (2013).
Fora dos sets de filmagem, Sharif ganhou fama como jogador de bridge. Ele passou grande parte dos últimos anos de sua vida no Cairo e no hotel Royal Moncean, em Paris. (Com agências internacionais)