Recessão na economia pode tirar de Dilma o cauteloso e desconfiado apoio dos governadores

(Phillippe Huguen - AFP)
(Phillippe Huguen – AFP)
Piora contínua – Recentemente, a presidente Dilma Rousseff tentou dividir com os governadores o ônus da crise econômica que ela própria criou e que derrete o País de forma contínua e preocupante. A “solução” encontrada pela presidente da República, que denota desespero, foi o caminho encontrado pelos palacianos para que a petista conquistasse o apoio de alguns governadores e mantivesse o de outros.

O encolhimento de 1,89% da economia brasileira no segundo trimestre de 2015, conforme dados do Banco Central, poderá colocar por terra a afobada estratégia da presidente. Isso porque o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), calculado pelo BC, é considerado uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto. Ou seja, o Banco Central começa a confirmar as previsões do mercado financeiro sobre o desempenho da economia no corrente ano. Segundo o Boletim Focus, os economistas apostam em encolhimento de 2,01% do PIB, sendo que alguns mais pessimistas preveem recuo próximo de 3%.

Presidente nacional do Democratas, o senador José Agripino Maia (RN) entende que Dilma é refém não apenas da maior crise política dos últimos 25 anos, mas da deterioração da economia, assunto que vem tirando o sono dos brasileiros.

“A recessão na economia nacional produz consequências nas contas públicas federais, mas também chega aos estados. Esse fato poderá retirar o último pé de apoio com que Dilma ainda conta: o dos governadores dos estados diretamente atingidos na sua capacidade de governar”, ressaltou o democrata.

Este é o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2009, quando houve o recrudescimento da crise financeira mundial. Segundo o Banco Central, esse foi o terceiro trimestre seguido de retração, apenas dois períodos de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) já caracterizam o que os economistas chamam de recessão técnica.

A retração da economia deve-se à crise econômica e política, à baixa confiança das empresas e das famílias e à retração de investimentos e consumo.

A última vez em que a economia havia entrado oficialmente em recessão, em 2009, o PIB havia encolhido 2,2% nos três primeiros meses daquele ano, após ter recuado 4,1% nos três últimos meses do ano anterior, conforme a série histórica revisada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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