Alemanha caça tunisiano suspeito de atentado em Berlim; problema do país europeu é de segurança

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Quando publicou a primeira matéria sobre o atropelamento na feira natalina no centro de Berlim, que deixou 12 mortos e 48 feridos (14 em estado grave), o UCHO.INFO manteve a necessária cautela antes de afirmar que se tratava de atentado terrorista, pois até mesmo a polícia alemã não tinha informações sobre o crime.

De chofre surgiu a notícia de que um paquistanês fora preso nas redondezas do zoológico da capital da Alemanha, mas logo depois as autoridades informaram que o suspeito foi liberado por falta de provas. Agora, os investigadores procuram um tunisiano, o mais novo suspeito do atentado ocorrido na Breitscheidplatz (Praça Breitscheid).

A linha de investigação sofreu pequena correção de rota depois que policiais encontraram na cabine do caminhão, debaixo do banco, um documento de identidade em nome de Anis A., de 24 anos e natural da cidade de Tataouine, na Tunísia. As informações são da revista alemã Der Spiegel, com base em fontes policiais.

O tunisiano suspeito, que supostamente usa três nomes diferentes, esteve em contato com o grupo de Abu Walaa, importante ideólogo islâmico, de acordo com a revista Sueddeutsche Zeitung. A reportagem acrescentou que ele apresentara pedido de asilo às autoridades alemãs e obtido permissão de residência, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Na manhã desta quarta-feira (21), outro suspeito foi preso, mas liberado em seguida por falta de provas, também segundo a agência de notícias, que citou a imprensa alemã.

“Não podemos descartar que o autor esteja em fuga”, disse ao canal ZDF o ministro do Interior, Thomas de Maiziere. O chefe de polícia de Berlim, Klaus Kandt, anunciou um nível de alerta elevado e a ampliação das medidas de segurança. “Estamos em um caso em que talvez tenhamos um criminoso perigoso na região e isto, obviamente, deixa as pessoas nervosas”, disse Kandt.


Após a liberação do paquistanês suspeito, Kandt afirmou ao canal ARD acreditar que “um ou mais” criminosos podem estar fugindo e que possivelmente estão armados.

A Alemanha recebeu aproximadamente 1,8 milhão de refugiados desde o início da crise migratória que avançou sobre a Europa, sendo que este portal alertou para o risco de alguns terroristas aproveitarem o movimento para ingressar no Velho Mundo.

Não obstante, jovens europeus foram cooptados pelos terroristas do Estado Islâmico, passando a agir muitas vezes como lobos solitários, mas sob o modus operandi dos extremistas que tentam implantar um califado em partes da Síria e do Iraque.

A questão que depreende dos atentados não é fruto da questão dos refugiados, mas claramente de segurança. Se considerado o contingente de refugiados que chegaram à Alemanha, o número de atentados é proporcionalmente pequeno, o que não justifica a onda terrorista, que aconteceria com ou sem a recepção de asilados em fuga.

A dificuldade em prender os suspeitos pelo atentado em Berlim mostra de maneira inequívoca que o problema é de segurança pública, cenário agravado pelas diferenças culturais entre os alemães e os refugiados. (Com agências internacionais)

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