Lula é um calhorda conhecido e seu comportamento diante dos desdobramentos da Operação Lava-Jato não surpreende. Desesperado para evitar condenações e tentando transformá-las em ferramenta para a vitimização, o líder petista insiste em percorrer o País na condição de perseguido político e alvo de caçada judicial, o que é uma monumental inverdade.
Responsável pelo período mais corrupto da história nacional, Lula precisa manter-se como candidato ao Palácio do Planalto em 2018, pois do contrário não apenas o Partido dos Trabalhadores desaparece do cenário político, mas ele próprio.
Exalando sua costumeira bazófia, Lula, em entrevista a uma emissora de rádio do Rio Grande do Norte, disse estar despreocupado com a possibilidade de Antonio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, selar acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava-Jato. “Se ele vai fazer delação ou não, é uma decisão dele e a mim também não preocupa”, disse o ex-presidente.
Que Lula é covarde recorrente todos sabem, mas o desdém com que tratou a possibilidade de Palocci soltar a voz permite duas interpretações: 1) Lula afunda na vala do desespero e, na fase da negação, prefere colocar o “companheiro” no centro da fogueira. 2) Lula já foi informado que Palocci não fará delação premiada e aproveita o momento para mostrar-se ainda mais dissimulado.
A chance de Antonio Palocci ser condenado pelo juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos da Lava-Jato, é real e grande. Considerando que o ex-ministro teve negado recentemente pedido de habeas corpus pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a saída é avançar nas negociações de acordo de colaboração premiada, caso queira abreviar a temporada atrás das grades.
Em depoimento ao juiz Sério Moro, na última semana, Palocci deixou clara sua disposição em colaborar com as investigações da Lava-Jato. Disse ao magistrado que todas as campanhas eleitorais no Brasil fizeram uso de caixa 2 e garantiu que entregará às autoridades informações completas acerca de operações ilícitas.
O comportamento de Lula é digno do divã do psiquiatra mais próximo, pois o petista disse à rádio potiguar que “se o Palocci cometeu algum erro, só ele sabe”. O ex-metalúrgico sabe que Antonio Palocci cometeu erros, muitos dos quais para beneficiar o petista-mor. Essa é a razão para esse devaneio verborrágico de Lula.
Firme no propósito de despejar sobre a parcela incauta da opinião pública a tese boquirrota de que é vítima, Lula afirmou que os delatores são pressionados a citar seu nome. “O que me preocupa é o arbítrio, de você prender uma pessoa, trancafiar uma pessoa, ficar pressionando a pessoa a confessar. E muitas vezes as pessoas não são pressionadas a confessar um crime. Segundo os jornais, segundo o que a gente vê em blogs, são pressionados a dizer o nome do Lula”, declarou o líder petista.
Entre o que Lula pensa acerca das delações e a realidade dos fatos há uma considerável distância. Afinal, delator que sonha em reduzir a pena com reles e escassas informações está fadado a ter pesadelos no cárcere. As investigações da Lava-Jato avançaram muito ao longo dos últimos meses, algo que só foi possível por causa do cruzamento de informações fornecidas por delatores, devidamente comprovadas. Se o nome de Lula aparece com certa constância nas delações, é porque sua participação no esquema criminoso conhecido como Petrolão foi muito maior do que se imaginava.
Sobre a delação de José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, Lula disse que pressionado o empreiteiro é capaz de entregar a mãe. “Os caras estão condenados a 26, 27 anos, e depois veem na televisão delator vivendo uma vida de nababo, delator, que roubou milhões e milhões e milhões, devolve alguns milhões e vai viver com o resto morando na beira da praia, em apartamento de luxo. Ou seja, o Léo ficou vendo aquilo e falou: ‘eu também vou delatar porque está todo mundo delatando’. O cara delata até a mãe”, disse na entrevista.
Lula tem ciência de que Léo Pinheiro tentou preservá-lo anteriormente, mas a possibilidade de ficar preso por muito tempo fez o empresário mudar de ideia. O petista também sabe que o ex-presidente da OAS depende da verdade para manter a liberdade, mesmo que com algumas restrições. Por isso a estratégia de desqualificar a delação de Léo Pinheiro é sinal de desespero ou tiro no pé.