Requerimento da oposição quer Gol e Azul em audiência para explicar consultoria de Palocci

Tentativas – Os partidos da oposição resolveram ampliar para a Comissão de Viação e Transportes da Câmara o esforço em esclarecer o súbito enriquecimento do ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci Filho. Há pouco, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) protocolou requerimento para que representantes da Gol e da Azul Linhas Aéreas esclareçam “eventuais contratos” de consultoria, entre 2006 e 2011, com a empresa do deputado licenciado, a Projeto Consultoria, Planejamento e Eventos Ltda.

O pedido dificilmente será votado na reunião desta quarta-feira da Comissão, por contra de uma audiência pública sobre o trem de alta velocidade. É improvável também que ocorra uma sessão extraordinária na quinta-feira (26). O requerimento, portanto, só deverá mesmo ser apreciado na próxima semana.

Na justificação Vanderlei Macris argumenta que a presença de diretores das duas companhias aéreas é importante para esclarecer notícias publicadas pela Imprensa. “A lista vazada do portfólio de Palocci é longa”, argumenta e cita a Bradesco Holding, EBX, Petrobras e Vale.

Em reportagem publicada no último dia 19, o ucho.info informou que com o passar do tempo, Palocci passou a atender, além de bancos, empresas de diversos setores, como, segundo informações vazadas por parlamentares, Pão de Açúcar, Íbis, LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, Sadia Holding, Embraer Holding, Dafra, Hyundai Naval, Halliburton, Volkswagen, Gol, Toyota, Azul, Vinícola Aurora, Siemens e Royal Caribbean (a assessoria de imprensa da companhia de navegação nega qualquer vínculo com a empresa de Palocci).

No Senado Federal, a oposição decidiu retirar requerimento que previa o comparecimento de Palocci. No entanto, faz um esforço para garantir a instalação de uma comissão parlamentar mista de inquérito para apurar a evolução patrimonial do ministro chefe da Casa Civil. Até agora, foram reunidas 15 assinaturas. Na Câmara, não há informações sobre o número de assinaturas coletadas.

Amparado no noticiário sobre os ganhos da empresa de consultoria do ministro, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lançou suspeitas sobre os valores auferidos pela empresa no período entre a eleição da presidente Dilma Rousseff e a posse presidencial. Para o senador, há um vínculo entre as atividades da empresa e a campanha sucessória.