Venda repentina da empreiteira Delta ainda é o maior segredo do escândalo ancorado por Cachoeira

Mal contado – A venda da Delta Construção para a holding J& F, grupo que controla o frigorífica JBS Friboi, continua sendo um dos grandes mistérios do caso Cachoeira, muito maior do que o silêncio do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos na CPI criada para investigar sua teia de relacionamentos.

Como se sabe, a Delta foi a empreiteira que mais cresceu (de forma meteórica) durante a era Lula da Silva, o que explica o fato de a empresa ter contratado como consultor o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu de Oliveira e Silva, que continua mandando no Partido dos Trabalhadores e nas coxias do governo da “companheira de armas” Dilma Vana Rousseff.

Que Carlinhos Cachoeira distribuiu dinheiro a diversas autoridades como forma de ver livre o caminho para realizar seus negócios ilegais todos sabem, mas o enigma de toda essa operação está no crescimento da empreiteira que até outro dia era de propriedade de Fernando Cavendish, que entre tantos absurdos cometidos patrocinou farras nababescas em Paris e outras badaladas cidades europeias ao governador Sérgio Cabral Filho, do Rio de Janeiro.

O que continua no campo da incompreensão é que, muito estranhamente, a holding, do empresário José Batista Júnior e presidida por Henrique de Campos Meirelles, ex-presidente do Banco Central, assumiu o controle de uma empreiteira que está sendo investigada pela Polícia Federal, tem perdido diuturnamente contratos, em especial do PAC, e está a um passo de ser considerada inidônea pelo governo federal, o que a impediria de realizar negócios com a União.

Considerando que o principal negócio do grupo da família Batista é o processamento e a comercialização de carnes, pode-se dizer, sem medo de errar, que há boi na linha. Quiçá não seja uma extensa e numerosa boiada.